26/04 – Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial

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Por: Ana Gardênia Alves Santos e Silva - Teleconsultora Odontóloga

Você sabia?
A Lei 10.439 de 30 de abril de 2002 instituiu o dia 26/04 como o Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial, com o objetivo de conscientizar a população sobre prevenção, o diagnóstico e o tratamento da doença. (1)

A hipertensão arterial (HA) ou pressão alta, é uma doença crônica, multifatorial, frequentemente assintomática, que costuma evoluir com alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, cerébro, rins e vasos sanguíneos). Ocorre quando níveis elevados e sustentados de pressão arterial se mantém freqüentemente maior ou igual a 140 x 90mmHg.(2)

A HA é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Um estudo de tendência mundial da PA entre 1975-2015, que avaliou 19,1 milhões de adultos, mostrou que em 2015 o número estimado de adultos com HA era de 1,13 bilhões, indicando um aumento de 90% no número de pessoas com HA, principalmente nos países de baixa e média rendas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, sua prevalência no Brasil varia de 21,4% a 32,3% dos adultos, detectou-se que a prevalência de HA foi maior entre homens, além de, como esperado, aumentar com a idade por todos os critérios, chegando a 71,7% para os indivíduos acima de 70 anos.(4)

A prevenção primária da HA pode ser feita mediante controle de seus fatores de risco, como sobrecarga na ingestão de sal, excesso de peso, especialmente na cintura abdominal, abuso de álcool, stress, tabagismo (hábito de fumar), sedentarismo, entre outros.A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta alta morbimortalidade, com perda importante da qualidade de vida, o que reforça a importância do diagnóstico precoce. O diagnóstico não requer tecnologia sofisticada, e a doença pode ser tratada e controlada com mudanças no estilo de vida, com medicamentos de baixo custo e de poucos efeitos colaterais, comprovadamente eficazes e de fácil aplicabilidade.(4)

A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável:

manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
– não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
– praticar atividade física regular;
abandonar o fumo;
– moderar o consumo de álcool;
– evitar alimentos gordurosos;
– controlar o diabetes.

Essas indicações são importantes, pois já existem evidências do seu efeito na redução da pressão arterial, possuem baixo custo, ajudam no controle de fatores de risco para outros agravos, aumentam a eficácia do tratamento medicamentoso (necessitando de menores doses e de menor número de fármacos) e reduzem o risco cardiovascular. (3)

O tratamento não medicamentoso é parte fundamental no controle da HAS e de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), como obesidade e dislipidemia. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida (MEV) que acompanham o tratamento do paciente por toda a sua vida. O tratamento medicamentoso utiliza diversas classes de fármacos selecionados de acordo com a necessidade de cada pessoa, com a avaliação da presença de comorbidades, lesão em órgãos-alvo, história familiar, idade e gravidez. Frequentemente, pela característica multifatorial da doença, o tratamento da HAS requer associação de dois ou mais anti-hipertensivos.(5)


Referências Bibliográficas:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 10.439 de 30 de abril de 2002. Institui o Dia Nacional de Prevenção e Combate da Hipertensão Arterial. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10439.htm. Acessado em: 04/04/2023.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 128 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37)

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 162 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35)

4. BARROSO W.K.S. et al.. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021;116(3):516-518. Disponível em: https://doi.org/10.36660/abc.20201238. Acessado em: 04/04/23

5. CAMPBELL et al. Diretrizes de 2021 da OMS sobre o tratamento da hipertensão arterial. Rev Panam Salud Publica 46, 2022 | www.paho.org/journal | https://doi.org/10.26633/RPSP.2022.55