Por: Daniela Alves Freire - Médica Telerreguladora
Você sabia?
O consumo de carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru e carnes vermelhas em excesso está fortemente associado ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer colorretal. Durante o processamento, as carnes são submetidas a altas temperaturas, resultando na produção de aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos com potencial carcinogênico em pessoas com predisposição genética.
O mês de março é identificado com a cor azul-marinho e reconhecido como o mês de conscientização ao câncer colorretal, que são tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto.
O câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente, e quando ainda não atingiu outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção precoce e a remoção dos pólipos antes de se tornarem malignos.
Esse tipo de câncer tem incidência crescente no país, com a estimativa de 40.990 casos novos por ano, sendo acometidos 20.520 homens e 20.470 mulheres. O câncer colorretal é o segundo mais frequente em mulheres, atrás apenas do câncer de mama, e o terceiro mais comum entre homens, logo após as neoplasias de próstata e pulmão, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Existem alguns fatores que aumentam o risco para o câncer colorretal. São eles:
- Idade maior ou igual a 50 anos;
- Sobrepeso e obesidade;
- Alimentação pobre em frutas, legumes, verduras e cereais integrais;
- Consumo de carnes processadas e ingestão excessiva de carne vermelha;
- Baixa ingestão de cálcio;
- Tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas;
- História familiar de câncer colorretal;
- Doenças inflamatórias do intestino (retocolite ulcerativa e doença de Crohn).
Os sintomas e sintomas mais associados ao câncer colorretal são a presença de sangue nas fezes, alteração de hábito intestinal de início recente (diarréia e prisão de ventre alternados), dor ou cólica abdominal frequente e com a duração prolongada, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes (finas e compridas) e massa abdominal. Esses sinais e sintomas estão presentes também em outras doenças, portanto faz-se necessário a investigação individual do paciente para diagnóstico correto e tratamento.
O rastreamento dos tumores de cólon e reto são fundamentais para a detecção precoce e podem ser realizados através da investigação por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos. Na suspeita clínica desse tipo de tumor são solicitados a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia ou retossigmoidoscopia. O diagnóstico requer a realização de biópsia de lesão suspeita.
Manter hábitos saudáveis com uma dieta rica em alimentos naturais com fibras, praticar atividades físicas de forma regular e restringir embutidos, carne vermelha em excesso e álcool são fundamentais na prevenção da doença. Além disso, a realização de consultas e exames de rotina são importantes para o diagnóstico precoce, o que aumenta a chance de cura.
Referências Bibliográficas:
1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização Mario Jorge Sobreira da Silva. – 4. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: Inca, 2018.
2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Detecção precoce do câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/deteccao-precoce-do-cancer. Acesso em 02 de fev. de 2022.
3. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Câncer de intestino. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino. Acesso em 02 de fev. de 2022.
4.Cartilha de Prevenção do Câncer Colorretal- Câncer de intestino (para profissionais de saúde). Ministério da saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/prevencao_cancer_colorretal_profissionais_saude.pdf. Acesso em 02 de fev. de 2022.

 
					 
					 
		




