Por: Lays Ferraz da Silva Rocha - Teleconsultora Enfermeira
Você sabia?
O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo tem como objetivo alertar e conscientizar a população sobre o mal que as drogas e o álcool trazem, não só ao organismo como também a sociedade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína atinge valores culturais, sociais, econômicos e políticos. O problema perpassa por setores da sociedade que discutem a proibição e a redução de danos. As causas são diversas e as consequências atingem a saúde biopsicossocial do indivíduo. O uso abusivo de drogas permeia as diversas classes sociais, faixas etárias, gênero, cor, constituindo-se em uma problemática de saúde pública em escala internacional.
No processo de conscientização e alerta da população sobre os prejuízos advindos do uso abusivo dessas substâncias, destacam-se a importância da prevenção e do tratamento.
Prevenção
É complexo o convencimento da negativa àquilo que promove prazer. Nesse sentido, as drogas e o álcool oferecem satisfação imediata e, em contrapartida, ocasiona dependência física, psicológica e síndrome de abstinência que são de difícil tratamento. As ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas para o desenvolvimento humano, o incentivo à educação, à prática de esportes, à cultura, ao lazer e a socialização do conhecimento sobre drogas, mediante fundamentação científica.
Tratamento
A partir da construção de alternativas e estratégias para atender a questão voltada ao uso de drogas e alcoolismo, há um chamamento mundial para que o campo especializado se atualize continuamente,com a finalidade de estimular o aprimoramento na forma e no modo como ele é implementado. Entre diversas ofertas, as indicações científicas visam contribuir para uma visão global sobre as drogas com a formulação de orientações, diretrizes e estratégias políticas para o tratamento, reabilitação e prevenção do consumo, tendo como cenário demandas ligadas à segurança por meio de recursos de controle.
O tratamento no SUS é disponibilizado através das Unidades de Atenção Básica, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD); atenção hospitalar de referência e componentes da rede de suporte social. Os CAPS atendem indivíduos que apresentam sofrimento psíquico ou transtorno mental. Estão incluídas as necessidades devido ao uso de álcool, drogas ilícitas, entre outras substâncias. O CAPS AD oferece atendimento a todas faixas etárias, atenção integral e continuada, especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas.
Em conformidade com a Portaria n.o 336/GM/MS, do Ministério da Saúde, os CAPS – Centros de Atenção Psicossocial poderão ser classificados nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I; CAPS II; e CAPS III – definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional; CAPSad – álcool e drogas; e CAPSi – infanto juvenil.
O atendimento é realizado por equipes multiprofissionais compostas por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, dentre outros. De acordo com a necessidade de cada paciente são realizadas terapias multidisciplinares, prescrição de medicamentos e internação. Além de grupos de mútua ajuda como os Alcoólicos Anônimos e os Narcóticos Anônimos.
Referências Bibliográficas :
1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 336, de 19 de Fevereiro de 2002.Brasília, DF:Ministério da Saúde; 2002.
2. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. 2a ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004.
3. Souza ÂC. Estratégias de inclusão da saúde mental na atenção básica: um movimento das marés. São Paulo: Hucitec; 2015.