08/09 – Dia Mundial da Fisioterapia

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Por: Vanessa Tavares de Gois Santos - Teleconsultora Odontóloga 

Você sabia?
A Fisioterapia é uma ciência tão antiga quanto o homem. Surgiu com as primeiras tentativas dos ancestrais de diminuir uma dor esfregando o local dolorido e evoluiu ao longo do tempo com a sofisticação, principalmente, das técnicas de exercícios terapêuticos (1).

 

A Fisioterapia como profissão nasceu em meados do século XX, quando as guerras mundiais causaram um grande número de lesões e ferimentos graves que necessitavam de uma abordagem de reabilitação para reinserir as pessoas afetadas novamente em uma vida ativa.

Foi nas Santas Casas de Misericórdia (São Paulo, 1929) que a fisioterapia iniciou-se no Brasil. Apenas em 1951 foi criado o primeiro curso para formar “fisioterapeutas” (curso técnico, duração de 1 ano). Somente em 1969 a profissão foi regulamentada e reconhecida como curso de nível superior (1).

Desde 1996, no dia 08 de setembro é comemorado o Dia Mundial da Fisioterapia. Esta data marcou a fundação da World Confederation of Physical Therapy (WCPT) em 1951 (2). A data visa aprimorar ações e estimular a cooperação da comunidade global de Fisioterapia para que esses profissionais demonstrem a importância da profissão na manutenção e/ou melhoria da independência e mobilidade funcional dos indivíduos (2,3).

Os atendimentos do(a) fisioterapeuta podem ser exercidos nos três níveis da atenção à saúde: primário, secundário e terciário. No passado a sua atuação era restrita às técnicas de reabilitação. Nos dias atuais, além disso, tais profissionais podem realizar atendimentos em domicílio, trabalhar prevenção e promoção de saúde, por meio de palestras e orientações aos pacientes e familiares/cuidadores (4,5).

Em 2021, este Dia Mundial da Fisioterapia tem como foco: “Covid longa e reabilitação e, o papel dos fisioterapeutas no tratamento e gestão de pessoas afetadas por esta condição” (3). (Acesse materiais sobre Covid longa e reabilitação em: http://www.apfisio.pt/dia-mundial-da-fisioterapia/).

Para pacientes com Covid-19, o estímulo por reabilitação precoce mesmo na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) auxilia o paciente ao retorno ou melhora da funcionalidade, há redução de uso da ventilação mecânica, da fraqueza muscular e dias de internamento, com consequente melhora da qualidade de vida do indivíduo. Até mesmo em casos graves, com o paciente em uso de oxigênio e/ou ventilação mecânica, é possível realizar reabilitação na UTI, com observação e monitoramento da biossegurança, da condição de estabilidade e monitoramento de uma prescrição individualizada de exercícios fisioterápicos (6,7). Alguns pacientes com capacidade pulmonar afetada irão necessitar de fisioterapia respiratória no período pós Covid-19.

Dados de 2019 mostram que no Brasil existem mais de 240 mil fisioterapeutas (1). De forma comparativa, há 1 profissional da fisioterapia em saúde pública para 45 em atuação na assistência privada (1:45). Isso demonstra que a distribuição laboral desses profissionais tende a focar nos atendimentos curativos e de reabilitação; desfalcando os serviços públicos e seus usuários de uma atenção mais preventiva e de promoção à saúde em fisioterapia (5,8).

Logo, faz-se necessário a ampliação do escopo de atuação desse importante profissional na atenção multidisciplinar; visando ampliar sua carreira por meio de concursos públicos que insiram um maior número de fisioterapeutas na atenção em saúde pública (5).


Dia 08 de setembro – Dia Mundial da Fisioterapia!

 

Referências Bibliográficas:

1. CREFITO. Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3ª Região – Crefito-3. Definição de Fisioterapia. Disponível em: http://www.crefito3.org.br/dsn/fisioterapia.asp
2. CBOO. Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria. Dia Mundial da Fisioterapia – 08 de setembro. Disponível em: https://www.cboo.org.br/artigo/dia-mundial-da-fisioterapia
3. APFISIO. Associação Portuguesa de Fisioterapeutas. Dia Mundial da Fisioterapia (2021). Disponível em: http://www.apfisio.pt/dia-mundial-da-fisioterapia/
4. ALMEIDA-FILHO, N. Modelos de determinação social das doenças crônicas não-transmissíveis. Ciênc Saúde Coletiva. 2004;9(4):865- 884. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/nnM5F8bTMpzmkj7RGs5xvFF/?lang=pt
5. CASELLATO, T. F. L.; DIOGO, L. C.; ZAVARIZE, S. F. Fisioterapia nas coletividades humanas: uma revisão sistemática. Rev Pesqui Fisioter. 2020;10(2):317-323. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/2730
6. HODGSON, C. L.; STILLER. K.; NEEDHAM, D.L.; TIPPING, C.J.; HARROLD, M.; BALDWIN, C. E. et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18:658. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25475522/
7. SCHUJMANN, D. S.; ANNONI, R. Papel da fisioterapia no atendimento a pacientes com Covid-19 em unidades de terapia intensiva. Fisioter. Pesqui. 27 (3) • Jul-Sep 2020. https://doi.org/10.1590/1809-2950/00000027032020
8. NAVES, C. R.; BRICK, V. S. Análise Quantitativa e Qualitativa do Nível de Conhecimento dos Alunos do Curso de Fisioterapia. Ciência e Saúde Coletiva. 2011;16(supl 1):1525-1534. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/3RQwVLnDMS9DHGxXW7bbxdq/?lang=pt​