Por: Daniela Alves Freire - Médica Telerreguladora
VOCÊ SABIA?
Uma a cada quatro pessoas morrem, no mundo, por complicações relacionadas à trombose. Somente nos Estados Unidos, cerca de 900 mil norte-americanos sofrem com coágulos sanguíneos anualmente e, dessas pessoas, aproximadamente 100 mil morrem em decorrência deste problema. Isso significa que a trombose pode levar mais pacientes ao óbito do que a junção de mortes entre AIDS, câncer de mama e acidentes de trânsito.
O tromboembolismo venoso (TEV), conhecida como flebite ou tromboflebite profunda, é uma doença multifatorial complexa onde há a interação de fatores inatos ao indivíduo com fatores adquiridos. É uma condição onde um coágulo sanguíneo (trombo) se forma no interior de uma artéria ou veia profunda e que retarda ou impede a circulação normal de sangue. Mais frequentemente o coágulo é formado nas veias profundas da perna, virilha ou braço (trombose venosa profunda – TVP) e pode soltar-se, migrar e alojar-se nos pulmões (embolia pulmonar – EP). Tanto a TVP como a EP podem levar à morte por tromboembolismo venoso (TEV).
Sinais e sintomas da Trombose:
Os sintomas mais comuns da trombose são inchaço (edema), dilatação das veias superficiais, alterações na cor da pele (rubor) e da temperatura (calor) do membro. A embolia pulmonar pode causar falta de ar, dor torácica ao respirar, palpitações, tosse com sangue e desmaios, geralmente de início súbitos. Muitas vezes, a TVP é assintomática.
Fatores de risco para trombose:
Internação e imobilidade prolongada;
Traumas e cirurgias gerais de médio e grande porte;
Cirurgias ortopédicas envolvendo ossos longos e quadril;
Infecções graves (sepse);
Doenças inflamatórias;
Idade acima dos 60 anos;
História pessoal ou familiar de tromboembolismo;
Neoplasia e/ou quimioterapia;
Anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal;
Obesidade;
Gravidez e puerpério;
Anormalidades genéticas de coagulação;
Sentar por longos períodos de tempo, como ao dirigir e voar;
Tabagismo.
Trombose X COVID-19:
Indivíduos infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) podem apresentar distúrbios de coagulação, o que facilita a formação de coágulos devido à inflamação excessiva, ativação plaquetária, disfunção endotelial e estase sanguínea. A trombose acomete cerca de um terço dos pacientes com COVID-19 internados em UTI.
Profilaxia e tratamento:
As medidas não farmacológicas são indicadas para todas as pessoas e consistem em evitar a imobilização prolongada. Recomenda-se após longos períodos restritos à cama, seja por doença ou cirurgia, procurar voltar a se movimentar prontamente; em viagens prolongadas levantar-se e caminhar a cada 3-4 horas; exercitar as pernas quando estiver sentado; usar roupas largas; usar de meias elásticas compressivas, de acordo com indicação médica; adotar um estilo de vida saudável, evitar o sedentarismo e manter um peso adequado.
O tratamento é feito com substâncias anticoagulantes (impedem a formação do trombo e a evolução da trombose) ou fibrinolíticos (destroem o trombo). Mais de 60% dos casos de tromboembolismo venoso estão relacionados com cuidados de saúde e, nestes casos, o risco pode ser diminuído através tromboprofilaxia, com medicamentos que diminuem o risco de formação de trombos (anticoagulantes).
Referências Bibliográficas:
BIKDELI, B.; et al. COVID-19 and Thrombotic or Thromboembolic Disease: Implications for Prevention, Antithrombotic Therapy, and Follow-Up: JACC State-of-the-Art Review. J Am Coll Cardiol., v.75, n.23, p. 2950-2973, Jun. 2020. Doi: 10.1016/j.jacc.2020.04.031. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32311448/. Acesso em 08 de set. de 2021.
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Uma a cada quatro mortes no mundo está relacionada à trombose.Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP). São Paulo, 12 de out. de 2020. Disponível em: https://segurancadopaciente.com.br/protocolo-diretrizes/uma-a-cada-quatro-mortes-no-mundo-esta-relacionada-a-trombose/. Acesso em 08 de set. de 2021.
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Trombose Venosa Profunda. Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). São Paulo, 12 de jul. de 2016. Disponível em: https://sbacv.org.br/trombose-venosa-profunda-2/. Acesso em 08 de set. de 2021.
