CÂNCER DE MAMA

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* Lilian dos Santos Libório – Teleconsultora enfermeira – Núcleo de Telessaúde Sergipe

 

Você sabia?

            O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos de câncer a cada ano. Esse percentual é de 29% entre as brasileiras (1).

            Segundo a Estimativa 2018, o número de casos incidentes estimados de câncer de mama feminina no Brasil, para 2019, foi de 59.700. Nas capitais, esse número corresponde a 19.920 casos novos a cada ano. A taxa bruta de incidência estimada foi de 56,33 por 100 mil mulheres para todo o Brasil e 80,33 por 100 mil mulheres nas capitais (2).

            Em 2016, foram registrados, no Brasil, 16.069 óbitos por câncer de mama em mulheres. A taxa bruta de mortalidade por esse câncer foi de 15,4 óbitos por 100 mil mulheres no país, mas variou entre as Regiões geográficas. As maiores taxas foram observadas nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, provavelmente devido ao acesso aos serviços de saúde e à qualidade da assistência que é ofertada às mulheres com câncer nestas regiões (2).

            É causado pela multiplicação desordenada das células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem às características próprias de cada tumor (1).

            Nas últimas três décadas a mortalidade por esse tipo de câncer aumentou no Brasil. Esse crescimento pode ser decorrente, em parte, do aumento da incidência devido a uma maior exposição das mulheres a fatores de risco consequentes do processo de urbanização e de mudanças no estilo de vida, agravados pelo envelhecimento populacional que ocorreu no Brasil de forma intensa (3).

            Os principais fatores de risco para a doença – idade avançada da primeira gestação, baixa paridade e amamentar por períodos curtos – são menos passíveis a intervenções de saúde pública, principalmente nas sociedades modernas onde as mulheres têm aumentado sua participação profissional e social. Outros fatores conhecidamente de risco para a doença (o uso de álcool, o excesso de peso e a inatividade física após a menopausa) já são alvo de ações de prevenção para as demais doenças crônicas não transmissíveis. Dessa forma, a detecção e tratamento precoces são geralmente considerados os meios mais efetivos para a redução da mortalidade por câncer de mama (3).

            Todas as mulheres devem passar por triagem para câncer de mama. Todas as sociedades e grupos de profissionais concordam com esse conceito, embora difiram quanto à idade recomendada na qual iniciar a triagem e a frequência precisa da triagem. As modalidades de triagem incluem: mamografia, exame clínico das mamas por profissionais de saúde, exames de imagem por ressonância magnética (RM) para paciente de alto risco e autoexame de mama mensal (4).

            O câncer de mama não é uma doença totalmente prevenível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao seu surgimento e ao fato de que vários deles não são atitudes modificáveis. De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles que podem ser mudados com a adoção de hábitos saudáveis (1).

            Portando cuide-se, previna o câncer de mama!

Referências

1 – Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. “Quanto antes melhor”: outubro rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama. Brasília, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3309-quanto-antes-melhor-outubro-rosa-mes-de-conscientizacao-sobre-o-cancer-de-mama. Acesso em: 12 de novembro de 2020.

2 – Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. A situação do câncer de mama no Brasil: síntese de dados dos sistemas de informação. Rio de Janeiro: INCA, 2019.

3 – Migowski A, Azevedo GS, Dias MBK, Diz MDPE, Sant’Ana DR, Nadanovsky P. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II – Novas recomendações nacionais, principais evidências e controvérsias. Cad. Saúde Pública, 2018.

4 – The American College of Obstetricians and Gynecologists: Practice bulletin no. 122: Breast cancer screening. Obstet Gynecol 118 (2), parte 1: 372–382, 2011.