Autoria: Janaina Eduarda Amarante Gonçalves Bispo – Analista em Gestão da Educação em Saúde da FUNESA
Molusco contagioso (Poxvírus) é uma infecção viral e cutânea, caracterizada por lesões que acometem a pele e podem ser transmitidas de uma pessoa a outra. É uma doença benigna, mas que incorre em cuidados para evitar a disseminação. Muito comum em crianças, mas também podendo ocorrer em adolescentes e adultos expostos ao vírus. O ser humano é o hospedeiro exclusivo.
A doença, muito comum em climas quentes, afeta ambos os sexos, mas preferencialmente crianças que comumente na primeira infância se encontram em ambientes coletivos como creches e escolas. As lesões podem ser únicas, múltiplas ou agrupadas. O prurido pode estar presente e certo incomodo por inflamação local, mas geralmente é uma doença assintomática, porém duradoura. Normalmente duram um período de 6 a 9 meses ou até anos. Em pessoas imunossuprimidas as lesões podem ser maiores e localizadas em locais atípicas, maiores que 1 cm e resistentes ao tratamento.
As áreas mais afetadas são as mais expostas ao ambiente externo, objetos, fômites, outras pessoas ou por auto-inoculação. É necessário ter cuidado com o compartilhamento de objetos, como toalhas, esponjas de banho e roupas. Recomenda-se não coçar as lesões. Ainda, Pessoas sexualmente ativas podem ser contaminadas enquanto infecção sexualmente transmissível e incorrer em transmissão por contato.
O dermatologista é o profissional adequado para identificação do molusco contagioso e para escolha do tratamento adequado, sempre individualizado segundo o caso de cada paciente. O equipamento dermatoscópio é um aliado no diagnóstico. Ele permite ampliação de estruturas não vistas a olho nu pelo menos 10x.
Há medidas mecânicas, químicas, antivirais e imunológicas para terapia: a curetagem é um método eficaz (mecânico), de resolução imediata, porém que provoca dor após a remoção e ao findar os efeitos do anestésico local. Outro método é a utilização de nitrogênio líquido para crioterapia. Ácidos também podem ser aplicados e, métodos imunomoduladores podem estimular a resposta imune do paciente contra a infecção. Também pode ser utilizada a biópsia para avaliação histopatológica após exérese cirúrgica.
Não é necessário afastar crianças das creches, escolas ou atividades se as lesões estiverem cobertas e os objetos que entrem em contato com as lesões não podem ser compartilhados.
A manutenção da imunidade é importante, com dieta adequada, fornecendo à criança alimentos ricos em ferro, zinco, vitamina A, C e E várias vezes na semana, a fim de melhorar sua imunidade natural e combater o vírus do MC sistemicamente. A prevenção é uma ótima aliada, como também o compartilhamento de informações sobre afecções de pele que podem afetar, sobretudo, as crianças.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Pediatria. Dermatoviroses: Verrugas e Molusco Contagioso. Departamento científico de dermatologia (2019-2021). nº 6, Maio de 2020.
Frauches, D.O; Siqueira, C.C. M; Mata, T.F.D. Tratamento de Molusco Contagioso em crianças: uma revisão sistemática de literatura. Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade. 2017;12(39):1-12.
Gontijo, Vaz et al. Molusco contagioso – uma revisão abrangente sobre etiologia, epidemiologia, manifestações clínicas, investigação diagnóstica e tratamento.Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 7, n. 4, p. 01-12, jul/aug., 2024.






