Autoria : Janaina Eduarda Amarante Gonçalves Bispo – Analista em Gestão da Educação em Saúde da Funesa
A coqueluche ou “tosse comprida” é uma doença infecciosa e respiratória. É transmitida através de gotículas de secreções da orofaringe eliminadas pela fala, tosse, espirro… De alta transmissibilidade, porém, imunoprevenível, ou seja, vacinável. O Homem é o único reservatório natural da Bordetella pertussis, sendo que, o grupo de maior risco é o de crianças menores de seis meses, não imunizadas ou com esquema incompleto, apesar da doença ter capacidade de atingir diferentes faixas etárias.
Ainda é um problema de saúde pública que atinge diversos países, como em 2024, ano em que houve notificações de casos positivos na Colômbia, Reino Unido, Austrália, China, Estados Unidos, entre outras localidades. Em julho de 2024, o Ministério da Saúde emitiu Nota Técnica Conjunta Nº 70/2024 – DPNI/SVSAP-MS que alertou sobre o aumento global de casos de coqueluche, ou seja, se trata de um acometimento de alcance global.
No Brasil, a introdução das vacinas: tríplice bacteriana (DTP) e tetravalente bacteriana (DTPa + Hib) nos anos 1990 contribuiu para a redução na incidência dos casos de coqueluche. No calendário vacinal atual os brasileiros contam com a vacina Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b, DTP e DTPa (acelular). A ausência de imunidade específica representa um risco maior de desenvolver as formas mais graves da doença, levando a hospitalizações e óbito. Devendo o ser humano ser vacinado com DTPa a cada 10 anos. E as gestantes a cada gestação a partir da 20º semana, mesmo que tenha sido imunizada em gestação anterior.
O quadro clínico da coqueluche apresenta três fases: fase catarral, fase paroxística e fase de convalescença. Inicia-se com tosse e febre, tosse durante a expiração, guincho na inspiração forçada, vômitos, paroxismos (espasmos), evoluindo para cianose e distensão das veias jugulares e agravamento da tosse acometendo consideravelmente a respiração e ventilação pulmonar.
É uma doença subnotificada, pois há casos de oligossintomáticos (sintomas leves). Os contatos com casos confirmados se tornam casos suspeitos que devem estar acompanhados por equipes de saúde, sobretudo as vigilâncias epidemiológicas locais. Esses casos precisam ser notificados pelas unidades de saúde e secretarias de saúde, pois a Bordetella pertussis é altamente contagiosa. Nesse sentido, a revisão da caderneta de vacinação de crianças, gestantes e adultos é indispensável através das equipes de Saúde da Família, como também a continuidade das campanhas de prevenção.
O autocuidado e o cuidado coletivo também são necessários: evitar aglomerações em tempos de surto ou em caso de adoecimento com sintomas respiratórios, usar máscara, higienizar as mãos, prevenir com vacinas, procurar orientações médicas e informações de qualidade sobre doenças vacináveis.
Fontes:
SÃO PAULO. Nota Técnica Nº 01/2024- NDAT-PMI-CIEVS-NMCIH/DVE/COVISA/SMS. Publicada em 22 de Abril de 2024.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA E SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Nota Técnica Nº 190/2025. Coqueluche (Atualização). Publicada em 13 de Fevereiro de 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota Técnica Conjunta Nº 70/2024 – DPNI-SVSA-MS. Publicada em 03 de Junho de 2024.