Autoria: Enf(a) Marli Pereira de Lima Amaro – Equipe de Teleorientação em Pediatria.
O vírus Zika é uma arbovirose da família Flaviviridae (gênero Flavivirus), que é a mesma família que inclui os vírus da Dengue e Chikungunya. Arboviroses são doenças causadas por vírus (arbovírus) transmitidos por meio da picada de mosquitos, neste caso, a fêmea responsável por tal ato (Silva; Carvalho; Andrade, 2023; JR, 2019).
Essa transmissão ocorre pelo mosquito Aedes aegypti e consequentemente associada a complicações neurológicas e autoimunes, como microcefalia congênita, distúrbio da paralisia do adulto. A infecção tem características de autolimitar alguns dos pacientes infectados, ainda manifestam sintomas que podem durar de 5 a 7 dias, de natureza leve, porém incluem febre, dores articulares, mialgia, erupção cutânea maculopapular, cefaleia e dores retro-orbitária e conjuntivite (Silva; Carvalho; Andrade, 2023; Oliveira et. al., 2016).
Os relatos de casos do Zika no Brasil iniciaram-se no final de 2014, principalmente na região Nordeste, tendo como público mais afetado a faixa etária entre 20 e 40 anos de idade. Os sinais e sintomas observados eram os clássicos do vírus da Dengue, Chikungunya ou Rubéola como: febre baixa ou até ausente, dor de cabeça, hiperemia conjuntival, mialgia e artralgia. No Brasil ainda houve evidências de surtos epidêmicos significativos pelo vírus Zika na gestação e em especial no primeiro trimestre, associada a malformações congênitas no sistema nervoso central e casos de microcefalia (JR, 2019).
O Zika vírus tornou-se um desafio para a saúde pública com as consequências que além de graves são duradouras e de impacto na vida das pessoas. Sendo que as pesquisas mostraram a relação entre a circulação do vírus e ocorrências de microcefalia em recém-nascidos. Os meios de prevenção e o controle do mosquito vetor são essenciais na diminuição da transmissão para consequentemente proteger a população, especialmente gestantes e crianças ( Rossato, Larazzetti, 2021).
Segundo o Ministério da Saúde 2017, o tratamento é sintomático. O foco principal está na prevenção centrada na eliminação do vetor e em evitar viagens para áreas endêmicas. Ainda não existe antiviral disponível para tratamento específico da infecção pelo vírus Zika. Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as principais medidas:
– Repouso relativo, enquanto durar a febre;
–Estímulo à ingestão de líquidos;
– Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
– Não administração de ácido acetilsalicílico;
– Administração de anti-histamínicos;
– Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência (para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos);
– Diante da queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para avaliação e tratamento.
O mais importante e fundamental é que a população esteja informada sobre os riscos do Zika vírus e conseguinte adote medidas de responsabilidade social para se proteger e proteger seus familiares. É necessário estar atento aos sinais clássicos, principalmente se vive ou viajou para áreas onde há grande circulação do vírus Zika, e procurar orientação médica em casos ou sintomas suspeitos.
Já as gestantes precisam ter atenção redobrada e estar em acompanhamento médico mesmo em casos de infecção assintomática, pois o vírus pode ser transmitido para o bebê. Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, C., CARVALHO, F. L., ANDRADE, L.G. Infecção por zika vírus no Brasil e Baixada Fluminense Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.9.n.10. out. 2023. ISSN – 2675 – 3375. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/12010/5596
JR, H. W. Infecção pelo vírus Zika. Radiol Bras. 2019 Nov/Dez;52(6):IX–X Disponível em : https://www.scielo.br/j/rb/a/HRYH8pSWpgy5St3BFC5czbw/?lang=en.
OLIVEIRA C.S., et al. Acompanhamento de gestantes com confirmação laboratorial de infecção pelo vírus Zika na região metropolitana de Belém, Estado do Pará, Brasil: dados preliminares. Rev Pan-Amaz Saude 2016; 7 núm esp: 209-211. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v7nesp/2176-6223-rpas-7-esp-00209.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/virus_zika_brasil_resposta_sus.pdf
ROSSATO, J., LAZZARETTI, C. Zika vírus: da chegada ao Brasil à microcefalia. Perspectiva: Ciência e Saúde. Osório, V. 6(2): 124-138, Nov/Dez 2021. Disponível em : https://cientifica.cnec.br/index.php/revista-perspectiva/article/download/146/147/438

 
					 
					 
		




