Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama

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Pela Enf.ª Lays Ferraz (Enfermeira Teleconsultora) 

                                                                              Você sabia?

O Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama, 27 de novembro, foi instituído pela Lei nº 12.116/2009 e tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença, seu tratamento e, principalmente, sobre a sua prevenção.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 704 mil casos novos de câncer, em cada ano, entre 2023 e 2025, um aumento de quase 13% em relação às estimativas do triênio anterior (2020-2022), que apontavam 625 mil casos novos a cada ano. O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a 5% a 10% do total de casos da doença.

Outros fatores que aumentam o risco da doença são:

Fatores ambientais e comportamentais:

obesidade e sobrepeso após a menopausa;

sedentarismo e inatividade física;
– consumo de bebida alcoólica;
– exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).

Fatores da história reprodutiva e hormonal:

Primeira menstruação antes de 12 anos;
– Não ter tido filhos;
– Primeira gravidez após os 30 anos;
– Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos e hereditários:

História familiar de câncer de ovário;
– Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
– História familiar de câncer de mama em homens;
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

  A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama, porém, isso não significa que a mulher, necessariamente, terá a doença.

É importante ressaltar que não ter amamentado não é fator de risco para câncer de mama. Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção para o câncer. Então, o não aleitamento promove a perda de um fator de proteção, o que é diferente de significar fator de risco.

Exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera), hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos persistentes altamente tóxicos ao ambiente). São normalmente os subprodutos de processos industriais e de combustão que estão associados ao desenvolvimento da doença.

O câncer de mama também pode apresentar vários sinais e sintomas, como:

  • Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo);

  • Irritação de uma parte da mama;

  • Dor na mama ou mamilo; inversão do mamilo;

  • Eritema (vermelhidão) na pele;

  • Edema (inchaço) da pele.

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Diagnóstico:

Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.

Tratamento:

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão disponíveis.

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências).

As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

Tratamento local: cirurgia e radioterapia;

Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Prevenção:

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

Praticar atividade física;
– Alimentar-se de forma saudável;
– Manter o peso corporal adequado;
– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
– Amamentar;
– Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Referências Bibliográficas:

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Como surge o câncer?. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/como-surge-o-cancer. Acesso em: 21 Out. 2024.

NASCIMENTO, G. R. et al. Câncer de mama: A importância do diagnóstico precoce para o controle de doença. Revista de Epidemiologia e Saúde Pública-RESP, v. 1, n. 2, jul. 2023.