Por: Lays Ferraz da Silva Rocha - Teleconsultora Enfermeira
Você sabia?
A tuberculose (TB), embora seja uma doença com tratamento de baixo custo e alta eficácia, ainda é compreendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como importante e persistente problema de saúde pública global, devido ao seu potencial de causar óbitos.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é a campanha organizada pela OMS que busca conscientizar a população sobre os cuidados, diagnóstico e tratamento para a enfermidade. De acordo com estimativas do órgão, um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, causador a tuberculose e apresenta risco de desenvolver a doença. São cerca de 8,8 milhões de portadores de tuberculose e 1,1 milhão de mortes por ano em todo o mundo.
A tuberculose é uma doença considerada infectocontagiosa, devido à sua forma de transmissão. Os pulmões são os maiores infectados, mas ela não se restringe a eles, podendo afetar os rins, ossos e as meninges, as membranas que cobrem o músculo cerebral.
A tuberculose tem sintomas bem característicos que são, no início, tosse seca acompanhada de secreção ao longo de mais de três semanas. Seguindo a evolução da doença, os próximos sinais são:
Prostração e cansaço excessivo;
Tosse com sangue ou pus;
Rouquidão;
Falta de apetite;
Febre no período da tarde seguida de suor noturno;
Emagrecimento.
Existe prevenção?
A primeira prevenção é a vacina BCG, aplicada no recém-nascido, mas ela não é eficaz contra a tuberculose pulmonar. Por isso, orienta-se manter a higiene, lavando sempre bem as mãos e mantendo distância segura de pessoas suspeitas.
Além disso, é importante ficar bem atento aos sintomas iniciais da doença. Uma vez observados esses indícios, a pessoa deve ser encaminhada para a unidade de saúde mais próxima de sua casa e passar por triagem.
Como é transmitida?
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos.
Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
Como é feito o diagnóstico?
Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes exames:
Bacteriológicos
Baciloscopia
Teste rápido molecular para tuberculose
Cultura para micobactéria
Por imagem (exame complementar)
Radiografia de tórax
Tratamento
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO).
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
O TDO é indicado como principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com tuberculose e pressupõe uma atuação comprometida e humanizada dos profissionais de saúde. Além da construção do vínculo entre o profissional de saúde e a pessoa com tuberculose, o TDO inclui a ingestão dos medicamentos pelo paciente realizada sob a observação de um profissional de saúde ou de outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde.
O TDO deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana. O local e o horário para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetida. O profissional de saúde deve informá-la sobre a duração e o esquema do tratamento, bem como sobre a utilização dos medicamentos, incluindo os benefícios do seu uso regular, as possíveis consequências do seu uso irregular e os eventos adversos associados. Todas as pessoas com tuberculose devem fazer o tratamento até o final
É imprescindível o tratamento precoce da doença, uma vez que cada pessoa portadora da tuberculose pulmonar, que não busca tratamento, pode infectar em média 10 a 15 pessoas anualmente, em média. Por isso, para evitar a doença é importante manter-se informado por campanhas como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Além disso, realizar consultas e exames preventivos, de modo a obter rápido diagnóstico, tratamento precoce e a cura para a doença.
Referências Bibliográficas :
1. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tuberculose 2020. Bol Epidemiol. 2020; (no. Espec):1-19.
2. _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017
3.Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Tuberculose 2020. Boletim Epidemio – lógico de Tuberculose 2020; número especial.






