Por: Marcella Cristina Halliday Muniz - Teleconsultora Médica
Você sabia?
A sigla BCG significa Bacilo de Calmette e Guérin, em alusão a Léon Calmette e Alphonse Guérin, cientistas franceses que desenvolveram a vacina contra a tuberculose, em 1921.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. A doença geralmente afeta os pulmões, podendo acometer outras partes do corpo, isoladamente ou ao mesmo tempo, tais como as meninges (cérebro), a pleura, os gânglios, os ossos, os rins, a bexiga, o intestino, entre outros (1).
A BCG é preparada com bacilos vivos atenuados de Mycobacterium bovis (bactéria causadora da tuberculosa bovina), a fim de que sejam capazes de gerar uma resposta imune protetora em humanos sem, no entanto, provocar a doença. Apesar de não contar com uma eficácia de 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, quando aplicada em massa, a vacina BCG previne contra as formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada) (2-4).
Vem sendo utilizada de forma obrigatória no Brasil desde 1977, quando foi incorporada no calendário nacional de vacinação. Disponibilizada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde, a vacina é geralmente administrada na maternidade ou nos postos de saúde, logo após o nascimento da criança ou o mais rapidamente possível. Utilizada em dose única em recém-nascidos, pode ser ofertada para crianças até 4 anos de idade, não vacinadas anteriormente. Ainda, pode ser aplicada em pessoas de qualquer idade que convivam com portadores de hanseníase, pois apesar de não ser uma vacina específica, sabe-se que a BCG oferece alguma proteção contra a hanseníase (3-5).
De administração intradérmica, comumente no braço direito, a BCG geralmente provoca uma cicatriz característica, de até 1cm de diâmetro, no local da aplicação. Esta resposta cicatricial ocorre, em média, nos primeiros 3 meses após a injeção, podendo prolongar-se até o sexto mês. O processo inicia-se com a formação de um nódulo, que evolui para uma pequena pústula (ferida com pus); esta evolui para uma úlcera, até finalmente formar-se uma crosta de cicatrização (2,4).
Referências Bibliográficas:
-
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tudo que você precisa saber sobre Tuberculose: Álbum seriado da TB – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-a-tuberculose-album-seriado-da-tb.pdf/view >.
-
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf >.
-
3. Brasil. Ministério da Saúde. Vacina BCG completa 44 anos de imunização da população brasileira contra a tuberculose. Atualizado em: 01/07/2021. Disponível em:< https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/vacina-bcg-completa-44-anos-de-imunizacao-da-populacao-brasileira-contra-a-tuberculose-3 >.
-
4. Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIM. Vacina BCG. Atualizado em: 14/04/2021. Disponível em: < https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-bcg >.
-
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso eletrônico] – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf >.






