Autoria : Janaina Eduarda Amarante Gonçalves Bispo – Analista em Gestão da Educação em Saúde da Funesa
Dentre as doenças que merecem atenção na primeira infância está a síndrome mão-pé-boca. Essa infecção viral, sazonal, altamente contagiosa, acomete, principalmente, crianças com menos de cinco anos após contato com o vírus Coxsackie, um enterovírus que pode habitar o sistema digestivo. Essa doença é caracterizada principalmente pela aparição e vesículas eruptivas nas mãos, nos pés e na boca, acompanhada de sinais e sintomas como febre, mal estar, diarreia e perda de apetite, com conseqüências mais extensas em caso de agravamento.
Normalmente é leve e autolimitada, ou seja, que resolve por si só. Com cura espontânea após 7 a 10 dias do aparecimento dos sintomas. Como boas partes das infecções virais não possuem tratamento específico, são recomendados medicamentos para os sintomas, como por exemplo, antitérmicos, analgésicos, antibióticos devido a infecções oportunistas na pele e mucosas. Ou seja, amenizações dos sintomas e proteção, pois, podem levar a outros quadros clínicos. Nesse sentido, o diagnóstico é clínico, apesar de ser possível identificar o enterovírus em laboratório.
O cuidado com a quebra da cadeia de transmissão é importante, por se tratar de uma doença altamente contagiosa. Cuidado com o contato direto e indireto com secreções das vias respiratórias, secreção das lesões, fezes das pessoas infectadas, brinquedos, objetos contaminados por secreções.
São dois os tipos de precauções que devem ser tomadas ao dividir o ambiente e cuidar de pessoas doentes por Coxsackie: precaução padrão e precaução de contato. Ou seja, precaução padrão: reforçar adesão aos componentes desta precaução, com atenção especial à higiene das mãos, uso de equipamentos de proteção individual durante manipulação de secreções e cuidados com materiais e utensílios contaminados. Precaução de contato: devem ser mantidas durante todo o evento. Por exemplo: crianças em uso de fraldas, crianças com diarreia incontinente e ocorrência de surtos.
As feridas no trato gastrointestinal podem dificultar a alimentação e deglutição de líquidos, sendo necessária a internação para a hidratação e nutrição via parenteral ou enteral, sob o uso de cateteres e sondas. Outros problemas também incorrem em hospitalização: agravamento com consequências cardíacas (miocardia), edema de pulmão e problemas no Sistema Nervoso, sobretudo o sistema autônomo, refletindo nos problemas já mencionados, além de disfunções fisiológicas diversas que podem atém levar ao óbito em caso generalizado.
Em ambientes de aglomeração, principalmente com crianças, os procedimentos de limpeza e de precauções devem ser seguidos criteriosamente como medidas fundamentais para prevenir a disseminação da doença. Os cuidadores de crianças precisam adotar equipamentos de proteção individual ao ter que cuidar de várias crianças. Protegendo-se e protegendo-as. Da mesma forma os profissionais de saúde precisam usar equipamentos de proteção. Além de fiscalizar se o ambiente está passando pela limpeza adequada.
Referências
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Dermatologia e Departamento Científico de Infectologia (2019-2021). Síndrome Mão-Pé-Boca. Setembro de 2019.
Organização Pan-Americana da Saúde. Alerta epidemiológico da Doença Mão-Pé-Boca. 26 de março de 2025.
Estado do Paraná. Nota Técnica N°06/2018/SVS. Vigilância Epidemiológica da Síndrome Mão-Pé-Boca no Estado do Paraná. 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Nota Técnica Nº 16/2023-CGIEVS/DEMSP/SVSA/MS.2023. 2023.

 
					 
					 
		




