Conheça a Meningite: informação que salva vidas

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Autoria: Enf(a) Aízla Carolainy Emily Santos Silva e Enf(a) Janaina Amarante – Equipe de Teleorientação em Pediatria

A meningite é uma doença que afeta diretamente as meninges sendo estas membranas que envolvem o cérebro, sendo nomeadas de Dura-máter, aracnoide, pia-máter, atuam como um escudo para o cérebro e medula espinhal, sendo essenciais para o bom funcionamento destes sistemas (BRASIL, 2024).

Está patologia pode ser ocasionada por alguns agentes infecciosos, sendo estes: bactérias, vírus, fungos e parasitas, sendo caracterizada como mais graves as meningites bacterianas e virais, porém vale ressaltar que isto não minimiza a ação dos demais agentes, visto que expõem o cérebro e medula espinhal a agentes infecciosos podendo gerar graves consequências. Podem-se destacar, no caso da meningite viral, os Enterovírus. E no caso da meningite bacteriana, o menigococo (agente etiológico Neisseria meningitidis) é um grande representante, mas também o Haemophilus influenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae (BRASIL, 2023; Ribeiro, 2015).

A principal via de transmissão das meningites é a respiratória, tosse, espirro e saliva, sendo mais susceptível em crianças menores de 05 anos e idosos acima de 60 anos. No caso da meningite bacteriana é importante vacinar as crianças, adultos e idosos, respeitando os prazos instituídos pelo Ministério da Saúde, minimizando o desenvolvimento patológico. Principais vacinas: vacinação contra Hib (Haemophilus influenzae tipo B), Pneumocócica Valente – 10, Meningo C, ACWY e Pneumocócica 23 (BRASIL, 2024).

É essencial ficarmos atentos aos sintomas: cefaleia intensa, náuseas, vômitos, febre e rigidez na nuca podendo evoluir com quadro de desorientação mental, geralmente acompanhado de alteração no líquido cefalorraquidiano (Rodrigues et al., 2016 ).

O diagnóstico por meio dos exames laboratoriais ainda é uma das principais ferramentas para a detecção patológica junto a avaliação do liquido cefalorraquidiano (LCR) e Reação em Cadeia da Polimerase em tempo Real (qPCR) com avaliação e cultura bioquímica da amostra. Esses exames são realizados em todos os estados do Brasil e Distrito Federal, sendo disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (Fernandes et al., 2008).

A meningite pode evoluir para sequelas importantes na vida do ser humano, o que pode comprometer a qualidade de vida do paciente com convulsões, hidrocefalia obstrutiva, derrame subdural, vasculites, amputações de membros, deficiências cognitivas, atrasos no desenvolvimento, deficiências auditivas, dentre outras (BRASIL, 2024).

A meningite é considerada uma doença grave com necessidade internação imediata para intermediações e monitoramento do quadro em ambiente hospitalar. O tratamento irá variar de acordo com seu agente etiológico. No caso da meningite bacteriana, o usual é antibioticoterapia. Para meningite viral, tratamento sintomático (Fernandes, 2008).

REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes para enfrentamento das meningites até 2030. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-manuais/2024/diretrizes-para-enfrentamento-das-meningites-ate-2030.pdf

RODRIGUES, Rodrigo Douglas; ROSA, Alexandre Freitas da; PRATES, Thomas Dal Bem; HAUSCHILD, Jorge Antônio. Meningites na infância: abordagem inicial.  Acta Médica , Porto Alegre, v. 37, n. 6, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente; Coordenação‑Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de vigilância em saúde: volume 1 [recurso eletrônico]. 6. ed., revisada. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. ISBN 978‑65‑5993‑506‑2. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_6ed_v1.pdf

 

FERNANDES, B. R.; FREITAS, D. H. M.; GOMES, A. C. S. C.; MAGALHÃES, P. G.; SANTOS, A. P. B.; SANTOS, C. R.; SILVA, A. E. JÚNIOR; SERUFO, J. C. Diagnóstico diferencial das meningites. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 18, n. 3 Supl. 4, p. S68–S71, 2008.