Dia Nacional dos Ostomizados

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Pela Enf.ª Lays Ferraz (Enfermeira Teleconsultora) 

Você sabia?

 A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 11.506/2007 com o objetivo de divulgar informações que contribuam para combater o preconceito contra as pessoas que utilizam o procedimento da estomia (ou ostomia).

Estomizados são pessoas que devido à má formação congênita, tumores intestinais, doença inflamatória intestinal, traumas abdominais, entre outras causas, foram submetidas a um procedimento cirúrgico para a abertura de um orifício, conhecido como estoma, para a saída de fezes ou urina.

Várias condições de saúde exigem uma cirurgia para a realização de estomas, tais como, doenças crônico-degenerativas, entre elas o câncer, Doença de Chagas, doenças inflamatórias (Retocolite Ulcerativa Inespecífica e Doença de Crohn), malformações congênitas (ânus imperfurado, mielomeningocele), traumas abdominoperineais (ferimento por armas de fogo ou brancas, acidente automobilístico e outros), doenças neurológicas e outras. Ela pode ocorrer nas diferentes faixas etárias, desde neonatos até idosos.

Tipos de ostomias:

Colostomia: abertura no intestino grosso para saída de fezes ou urina e fezes.

Ileostomia: abertura no intestino delgado (fino) para saída de fezes. 

Urostomia: um pedaço do intestino delgado é ligado ao ureter para saída de urina.

Para cuidar da estomia os pacientes devem receber informações desde o pré-operatório e ao sair do hospital já devem estar seguros para o autocuidado. É essencial que saibam sobre seus direitos, onde encontrar polos de assistência e profissionais especializados que possam colaborar com quaisquer necessidades.

Pessoas com estoma necessitam de diferentes equipamentos coletores e adjuntos para o seu processo de reabilitação, que podem variar conforme a faixa etária, o tipo de estoma, as características individuais relacionadas ao tipo de pele e à constituição física, as características do estoma e a presença de complicações.

Apesar de ser um procedimento que proporciona uma nova oportunidade de viver com mais qualidade, o processo de adaptação inicial pode ser difícil. Independentemente de suas características, a realização do estoma é sempre um acontecimento traumático, uma vez que o estoma acarreta mudanças que repercutirão em todos os níveis da vida da pessoa, tais como: necessidade de realização do autocuidado com o estoma, aquisição de material apropriado para a contenção das fezes ou urina, adequação alimentar, convivência com a perda do controle da continência intestinal ou vesical, eliminação dos odores, alteração da imagem corporal, alterações nas atividades sociais, sexuais e, inclusive, nas cotidianas.

As políticas públicas de atenção às pessoas com estomas no Sistema Único de Saúde (SUS) visam garantir ao atendimento de algumas necessidades básicas para a convivência com o estoma e delineiam a necessidade de um novo modelo de atenção às pessoas ostomizadas no país, pautado em atendimento interdisciplinar precoce, de caráter preventivo, individualizado e sistematizado, visando à reabilitação e à melhoria da qualidade de vida desses pacientes.

É importante e necessário haver uma abordagem para as preocupações psicossociais, atentando-se aos pensamentos negativos, incentivando as interações sociais e a socialização de pessoas com estomia. Desde que sejam seguidas as recomendações do médico, a pessoa pode viajar, dançar, namorar, tomar banho de mar e piscina, praticar atividade física e seguir com a rotina.

Para prevenir complicações o paciente precisa compreender os cuidados a serem realizados no pré e pós-operatório de acordo com o tipo de estomia e ter um profissional especializado como referência para orientações adequadas e esclarecimento de dúvidas.

Os cuidados com a pele ao redor de qualquer estomia são essenciais. É preciso atentar a isso e a limpeza e proteção da pele são fundamentais para manter sua integridade, independentemente do tipo de estomia feita. A alimentação, hidratação e atividades físicas também são essenciais para a vida e para a saúde.

Referências Bibliográficas:

ALENCAR, T. M. F et al. Cuidados de enfermagem aos pacientes com estomia: análise a luz da teoria de orem. Revista Enfermagem Atual in Derme, v. 96, n. 37, 1 fev. 2022.

ARAIS, A. et al. Protocolos na enfermagem: relato de experiência de uma disciplina sobre tecnologias em saúde. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, p. e8380, 9 ago. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada em Saúde.