Dia Mundial do Transtorno Bipolar

1- O que é Transtorno Bipolar?

O transtorno bipolar é um fenômeno complexo, caracterizado por uma alternância no estado de humor, por vezes subitamente, onde a pessoa ora está com o humor deprimido, ora está eufórica, com períodos assintomáticos entre eles.

2- E quais as estatísticas no Brasil?

A prevalência de Transtorno Bipolar no Brasil é de aproximadamente 1%. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) existem no Brasil aproximadamente 8 milhões de pessoas com transtorno bipolar. A doença é considerada crônica e representa uma importante causa de incapacidade para o trabalho quando não tratada.

3- Qual o tratamento da doença?

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado, sempre reforçando a importância da assistência de equipe multiprofissional de saúde. As mudanças de estilo de vida como combater o sedentarismo, não fumar, ter estratégias para reduzir o estresse e manter uma dieta saudável são importantes para a prevenção de inúmeras doenças crônicas e cuidado com a saúde mental.

A prescrição de medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. O suporte de psicoterapia é efetivo para o portador lidar com a doença, previne recorrências e aumenta a adesão ao tratamento.                                                                                                                         

4- Quais os tipos de Transtorno Bipolar?

Os transtornos bipolares são caracterizados em TB I e TB II.

O TB I é caracterizado por pelo menos um episódio de mania. Um episódio de mania é caracterizado por humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, assim como aumento anormal e persistente da energia ou da atividade dirigida a objetivos. A duração mínima é de uma semana, presente na maior parte do dia, quase todos os dias.

A TB II é caracterizada por hipomania (episódios mais “leves” de mania), mais frequentemente tem predomínio de episódios depressivos, além de ter menos risco de virada maníaca com antidepressivos quando associados a estabilizadores. A virada maníaca é quando um transtorno bipolar em sua fase depressiva é tratado erroneamente com antidepressivos isoladamente, revertendo-se para sua fase maníaca. Esta classificação é importante para a definição do tratamento.

5- Quais as causas do transtorno bipolar?

A causa exata do transtorno afetivo bipolar é desconhecida. No entanto, estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina e serotonina. Aspectos genéticos/hereditários podem estar implicados na doença. 

Mesmo não podendo apontar uma causa especifica, pode-se elencar alguns fatores de risco conhecidos:

• *histórico familiar;
• *períodos de estresse elevado, como a morte de um ente querido ou outro evento traumático;
• *abuso ou maus-tratos na infância;
• *consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
• *uso de drogas.
• 6- Como podemos ajudar pessoas com essa doença?

Pessoas próximas e familiares necessitam apoiar os portadores da doença e buscar educação sobre o tema. Além de demonstrar apoio, é preciso incentivar a pessoa a buscar ajuda profissional.

Ajuda muito capacitar-se em reconhecer crises, seja de mania ou de depressão. Isto pode ajudar o médico assistente a ajustar o tratamento. Alguns sinais como dormir pouco e falar rapidamente podem servir de alerta para um período mania, já a depressão pode se manifestar com uma leve tristeza, cansaço ou mesmo dificuldade para dormir.

Amigos e familiares devem buscar reconhecer “gatilhos” – fatores que desencadeiem ou piorem os sintomas da pessoa doente, buscando evitá-los. Comunicar-se abertamente e pactuar estratégias de enfrentamento da doença, estimulando a adesão ao tratamento prescrito é de grande ajuda para o cuidado.