Por: Ana Gardênia Alves Santos e Silva - Teleconsultora Médica
Você sabia?
O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose foi instituído pelo Congresso Nacional em 2009, através da Lei 12.629 de 11 de maio de 2012 e tem como principais objetivos: aumentar a conscientização sobre a doença, divulgar as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento, apoiar a pesquisa para reduzir as sequelas da doença trombótica.(1)
A Trombose Venosa Superficial (TVS) caracteriza-se pela formação de trombos (coágulos) dentro de veias superficiais. As veias mais comumente acometidas são as dos membros inferiores (cerca de 80 a 90% dos casos). Os sintomas mais comuns são edema (inchaço) unilateral, vermelhidão na pele, cianose (coloração azul arroxeada), dilatação do sistema venoso superficial, aumento da temperatura local, empastamento muscular (rigidez da musculatura da panturrilha) e dor à palpação. (2)
É uma patologia mais frequente em pessoas com certas condições predisponentes, como: Idade; fumo, uso de medicações, como contraceptivos orais, quimioterápicos e tratamentos hormonais; Obesidade; Presença de varizes nas pernas; Gravidez; Pós-parto; Tabagismo; Câncer; AVC (Acidente Vascular Cerebral); Traumatismos, principalmente nas extremidades inferiores (risco de TVP por volta de 70%); Doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e doenças pulmonares crônicas; Doenças agudas, como infarto do miocárdio, e infecções, como pneumonia;– Fraturas ósseas.(2)
Outras situações são importantes no desencadeamento da trombose: cirurgias de médio e grande portes, infecções graves, traumatismo, a fase final da gestação e o puerpério e qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada (paralisias, infarto agudo do miocárdio, viagens aéreas longas, etc.).(4)
Entre as condições predisponentes é importante citar ainda a idade avançada e a presença de anormalidade genética do sistema de coagulação.
O diagnóstico costuma ser clinicamente fácil, mas sua extensão e possíveis complicações tromboembólicas precisam de exames subsidiários para confirmação. Existem medicamentos para reduzir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo (anticoagulantes) que ajudam a diminuir o risco, a evitar a ocorrência de novos episódios e o aparecimento de sequelas, mas que só devem ser usados mediante prescrição médica depois de criteriosa avaliação. (5)
O coágulo pode se desprender, migrar pela corrente sanguínea e se alojar nos vasos sanguíneos do pulmão – conhecido como embolia pulmonar, que apresenta risco de morte. Esse coágulo bloqueia a artéria pulmonar, restringindo o fluxo de sangue nos pulmões. Os sintomas da embolia pulmonar são mais nítidos e o atendimento deve ser feito imediatamente: dor no peito, falta de ar, tosse repentina (com possibilidade de expectorar sangue), sudorese e tontura, entre outros.(6)
Como recomendações de prevenção da Trombose, podemos citar: procurar um médico para saber se você pertence ao grupo de risco (existem medidas preventivas que podem e devem ser adotadas); parar de fumar (os componentes do cigarro lesam veias e artérias), restringir o consumo de bebidas alcoólicas; movimente-se (pratique exercícios físicos com regularidade e se você é obrigado a trabalhar muitas horas sentado levante-se para tomar água, ir ao banheiro, etc); não se automedique (procure assistência médica imediatamente se apresentar algum sintoma que possa sugerir a formação de um trombo).(3)
Referências Bibliográficas:
- 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 12.629 de 11 de maio de 2012. Institui o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12629.htm. Acessado em: 24/08/2022
- 2. ALMEIDA et al. Diretrizes de conceito, diagnóstico e tratamento da trombose venosa superficial. ISSN 1677-7301 (Online) Jornal Vascular Brasileiro. 2019
- 3. SANTOS VITOR, SK; DAOU, JP; GÓIS, AFT. Prevenção de tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda e embolia pulmonar) em pacientes clínicos e cirúrgicos. Diagn Tratamento. 2016;21(2):59-64.
- 4. ALBUQUERQUE H. P.C., VIDAL, P C. Trombose venosa profunda: revisão dos conceitos atuais. Rev Bras Ortop _ Vol. 31, Nº 10 – Out, 1996
- 5. ALBRICKER et al. Diretriz Conjunta sobre Tromboembolismo Venoso – 2022. Arq Bras Cardiol. 2022; 118(4):797-857.
6. DUNCAN BB, SCHMIDT MI, GIUGLIANI ERJ.. Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2013:p.973.






