Por: Ana Gardênia Alves Santos e Silva - Teleconsultora Médica
Você sabia?
O Dia Nacional das Hemoglobinopatias foi instituído pela Lei 12.631 de 11/05/12 com os objetivos de, dentre outros: estimular ações de informação e conscientização relacionadas às hemoglobinopatias (1). Entre as hemoglobinopatias, a anemia falciforme é considerada a mais comum, seguida das talassemias, além de outras menos prevalentes, como a hemoglobina C (HbC), a hemoglobina D (HbD), a persistência da hemoglobina fetal (HbF) e outras mais raras (mais de 200 subtipos)
As hemoglobinopatias constituem um grupo de doenças de origem genética, em que mutações nos genes que codificam a hemoglobina levam a alterações na sua produção. Estima-se que 1,1% dos casais no mundo apresentam o risco de gerarem crianças com alguma hemoglobinopatia e 0,27% dos nascidos são afetados. Em países de baixa renda, 3,4% das crianças portadoras dessas doenças morrem com menos de 5 anos de idade e na África esse número chega a 6,4%. (5)(6)
As hemoglobinopatias estão incluídas entre as doenças genéticas que são freqüentemente encontradas na população humana. A alta prevalência dessas doenças associada à gravidade das manifestações clínicas faz destas um sério problema de saúde pública. (5)
As mais frequentes são a anemia falciforme e a talassemia. A anemia falciforme é a hemoglobinopatia mais frequente no mundo e representa uma das principais patologias genéticas no Brasil. O Ministério da Saúde (MS) estima que existam hoje entre 30 mil e 50 mil pessoas com alguma doença falciforme no Brasil. (4, 7)
Torna-se importante ressaltar que o diagnóstico precoce das hemoglobinopatias na primeira semana de vida é fundamental para identificar e garantir o tratamento e o acompanhamento oportuno e contínuo. O diagnóstico é realizado pelos Programas Estaduais de Triagem Neonatal (PETN), que são regulamentados pelo PNTN, e oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ano de 2020, houve 82,53% de cobertura do SUS para a triagem neonatal. (3)(7)
A Triagem Neonatal – Teste do Pezinho – – foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 1992, (Portaria GM/MS n.º 22, de 15 de Janeiro de 1992) com uma legislação que determinava a obrigatoriedade do teste em todos os recém-nascidos vivos. No ano de 2001, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Assistência à Saúde, empenhou-se na reavaliação da Triagem Neonatal no SUS, o que culminou na publicação da portaria ministerial (Portaria GM/MS n.º 822, de 6 de junho de 2001) que criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), permitindo o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o acompanhamento médico dessas doenças evitando deficiências e morte. O objetivo do PNTN é proporcionar melhor qualidade de vida aos recém-nascidos acometidos de uma população, uma vez que essas doenças não têm cura. (2)(4)
Os níveis de atenção do SUS (Atenção Primária, Atenção Especializada e Maternidades) estão articulados entre si, de forma a garantir a integralidade do cuidado e o acesso regulado a cada ponto de atenção e/ou aos serviços de apoio, observadas as especificidades inerentes e indispensáveis à garantia da equidade na atenção às pessoas com diagnóstico positivo para as hemoglobinopatias. (3)
08/05 – Dia Nacional das Hemoglobinopatias
Referências Bibliográficas :
- 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei Nº 12.631, de 11 de maio de 2012. Institui o Dia Nacional das Hemoglobinopatias. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12631.htm (acessado em: 06/04/2022)
- 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação-Geral de Atenção Especializada. Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação Geral de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 92p
- 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 822, 06 de junho 2001. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2001/prt0822_06_06_2001.html (acessado em: 06/04/2022)
- 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.391, de 16 de agosto de 2005. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde, as diretrizes para a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias. Brasília, 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1391_16_08_2005.html (acessado em: 06/04/2022)
- 5. ROSENFELD, L. G. et al. Prevalência de hemoglobinopatias na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde 2014–2015. Rev Bras Epidemiol nº 22 (supl 2), 2019.
- 6. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global epidemiology of haemoglobin disorders and derived service indicators. Public health reviews 86(6): 417- 96, 2008. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/270214/. (acessado em 06/04/2022)
- 7. INDICADORES DA TRIAGEM NEONATAL NO BRASIL. Publicado em 02/12/2021 11h43 e atualizado em 02/12/2021 11h44. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue/programa-nacional-da-triagem-neonatal/indicadores-da-triagem-neonatal (acessado em: 06/04/22)

 
					 
					 
		




