Por: Marcella Cristina Halliday Muniz - Teleconsultora Médica
Você sabia?
A primeira escola para cegos da América Latina nasceu em 1854, na cidade do Rio de Janeiro. O Imperial Instituto dos Meninos Cegos (hoje Instituto Benjamin Constant), no Rio de Janeiro, oficializou no Brasil o chamado método de escrita em pontos salientes criado pelo jovem Louis Braille (1).
O francês Louis Braille ficou cego ainda na infância, em decorrência de um trauma ocular. Em 1825, aos 16 anos de idade, apresentou a primeira versão de seu sistema de escrita e leitura em relevo para pessoas cegas, que anos mais tarde viria a se difundir pela Europa e outras partes do mundo (2).
O Braille é um sistema de leitura e escrita realizado por meio do tato, destinado a pessoas cegas. Sua escrita é baseada na combinação de seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos, que permite a formação de 63 caracteres diferentes. Os caracteres representam letras, números e simbologias aritmética, fonética, musicográfica e informática (2).
No Brasil, celebra-se em 8 de abril o dia Nacional do Sistema Braille, com a proposta de divulgar e destacar a importância da criação de Louis Braille no processo de educação, profissionalização, habilitação e reabilitação da pessoa cega (3).
Neste sentido, o Instituto Benjamin Constant, instituição federal ligada ao gabinete do ministro da Educação, e especializada na educação e atendimento de pessoas cegas e com baixa visão, promove atividades de divulgação e ensino do Sistema Braille no país, por meio cursos de qualificação de professores com abrangência nacional, bem como da edição de livros e revistas impressos em braille e em tinta ampliada (1,4).
Ainda, a Fundação Dorina Nowill para Cegos, organização sem fins lucrativos, promove atividades para assegurar a autonomia e inclusão de pessoas cegas e com baixa visão na sociedade. Dentre as atividades, destacam-se a produção e distribuição gratuita de livros em Braille, falados e digitais acessíveis, diretamente para o público e também para escolas, bibliotecas e organizações em todo o Brasil (2).
Fique por dentro…
Portal do Livro Acessível: plataforma online que recebe pedidos de leitores com deficiência visual, interessados em comprar obras literárias em formato acessível, e os direciona às editoras detentoras dos direitos de publicação. O projeto, em consonância com as determinações da Lei Brasileira de Inclusão, busca desenvolver soluções inclusivas para atender os direitos das pessoas com deficiência visual, que são garantidos por lei (5).
Referências Bibliográficas:
1. Cerqueira, J B; Pinheiro, C R G; Ferreira, E M B. O Instituto Benjamin Constant e o Sistema Braille. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, ano 20, edição especial, p. 29-47, nov. 2014. Disponível em: < https://www.gov.br/ibc/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/o-ibc-e-o-sistema-braille.pdf >
2. Fundação Dorina Nowill para cegos. Livro braille. Disponível em: < http://fundacaodorina.org.br/nossa-atuacao/distribuicao-de-livros/formatos-acessiveis/livro-braille/ >
3. Brasil. Lei nº 12.266, de 21 de junho de 2010. Institui o Dia Nacional do Sistema Braille. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12266.htm >
4. Brasil. Ministério da Educação. Instituto Benjamin Constant. Apresentação. Atualizado em 24/01/2022. Disponível em: < https://www.gov.br/ibc/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/institucional-1 >
5. SNEL – Sindicato Nacional dos Editores de Livros. Livro Acessível. Disponível em: < https://livroacessivel.org.br/livro-acessivel >
