Por: Marcella Cristina Halliday Muniz - Teleconsultora Médica
Você sabia?
Óculos escuros falsos ou de procedência duvidosa, além de não cumprirem a função de proteger os olhos, ainda podem causar sérios danos à visão?
Ocorre que as lentes escuras provocam a dilatação da pupila (como quando abrimos os olhos em locais com pouca iluminação), fazendo com que a retina (porção posterior do olho) fique mais exposta. Quando os óculos não bloqueiam a entrada dos raios ultravioletas (UV), estes atingem diretamente a retina, podendo favorecer o aparecimento precoce da catarata e de degenerações no fundo do olho. O preço pode ser atrativo, mas não vale a pena arriscar a saúde dos seus olhos (1)!
O verão é a estação do ano onde, habitualmente, a exposição ao sol é mais intensa e frequente, seja nos deslocamentos para atividades escolares e de trabalho, ou mesmo para fins recreativos. Os olhos pedem atenção especial nesta época do ano, quando é mais comum a ocorrência de problemas causados pela radiação solar (2).
Água do mar, cloro de piscinas e filtros solares podem causar alergia nos olhos. O calor e a maior aglomeração de pessoas em praias e piscinas favorecem a transmissão de vírus, bactérias e fungos, que podem ser causa de conjuntivites. Doenças como o pterígio, conhecido popularmente como “carne crescida”, podem ser desencadeadas pela exposição prolongada aos raios UV, sem proteção (2,3).
Alguns cuidados podem ser tomados no sentido de prevenir ou atenuar o aparecimento de tais condições. Evitar abrir os olhos ao mergulhar em praias ou piscinas, e a aplicação cuidadosa de protetores solares específicos para a face, evitando a região das pálpebras, são medidas eficazes para reduzir irritações causadas pelo contato com tais substâncias/produtos (2).
As conjuntivites resultam da inflamação na parte interna das pálpebras e membrana que reveste o globo ocular (chamada conjuntiva) e são causas comuns de irritação, ardência e vermelhidão nos olhos. Para prevenção desses quadros, deve-se evitar levar as mãos aos olhos, coçá-los e compartilhar toalhas e objetos pessoais como óculos e maquiagens (2).
Ardência ocular e vermelhidão também podem estar relacionados ao pterígio, doença que provoca o crescimento anormal de tecido na conjuntiva, recobrindo a córnea e podendo levar a graus variáveis de disfunção visual. As pessoas que mais sofrem com as complicações do pterígio são as que trabalham diretamente expostas ao sol. O uso de óculos de sol com proteção UV, preferencialmente comprados em estabelecimentos confiáveis, onde as lentes tenham boa procedência, protege contra os prejuízos desta exposição. Para aumentar a proteção, são também eficazes chapéus ou bonés, que aumentam a sombra na região dos olhos (2).
Conhecer os principais sinais e sintomas de doenças oculares típicas do verão contribui para o diagnóstico e tratamento precoce destas condições. Em caso de incômodos e desconforto ocular, é muito importante evitar a automedicação, e procurar o auxílio de um médico oftalmologista.
REFERÊNCIAS:
- 1.CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Revista Veja Bem 20. Ano 07. 2019. Disponível em: < 1585863153-5.PDF (vejabem.org) >
- 2. CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Revista Veja Bem 30. Ano 09. 2021. Disponível em: < 1613589169-5.PDF (vejabem.org) >
- 3. Wanzeler ACV, Barbosa IAF, Duarte B, Borges D, Barbosa EB, et al. Mecanismos e candidatos a biomarcadores no desenvolvimento do pterígio. Arq. Bras. Oftalmol. 2019;82(6):528-536. 10.5935/0004-2749.20190103. Disponível em: < Arquivos Brasileiros de Oftalmologia – Mechanisms and biomarker candidates in pterygium development (aboonline.org.br) >






