Julho Amarelo: mês de luta contra as Hepatites Virais Perguntas e respostas sobre a Hepatite B

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Por: Daniela Alves Freire - Telerreguladora 

Você sabia?
A Lei n° 13.802, de 10 de janeiro de 2019, instituiu o Julho Amarelo, a ser realizado a cada ano, em todo território nacional, como referência às ações efetivadas relacionadas à luta contra as hepatites virais. Aproveite o período para aprender e se informar mais sobre as Hepatites Virais.

Perguntas e repostas sobre a Hepatite B:

O que é Hepatite B?

É uma doença infectocontagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (HBV), pertence à família Hepadnaviridae (vírus de DNA hepatotrópicos), podendo apresentar-se como infecção assintomática ou sintomática. De maneira semelhante às outras hepatites, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente anictéricas. Em pessoas adultas infectadas com o HBV, 90 a 95% se curam; 5 a 10% permanecem com o vírus por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença.
 20% a 25% dos casos crônicos com evidências de replicação viral evoluem para doença hepática avançada (cirrose e hepatocarcinoma).

Como ocorre a contaminação pela Hepatite B?

A transmissão do HBV se dá por via parenteral e, sobretudo, pela via sexual, sendo a hepatite B considerada uma IST. Dessa forma, o HBV pode ser transmitido por solução de continuidade (pele e mucosa), relações sexuais desprotegidas e por via parenteral (compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, etc.). Outros líquidos orgânicos, como sêmen, secreção vaginal e leite materno podem igualmente conter o vírus e constituir fontes de infecção. A transmissão vertical (de mãe para filho) também é causa frequente de disseminação do HBV em regiões de alta endemicidade.

Quais os sintomas mais comuns na Hepatite B?

A maioria dos pacientes, especialmente crianças, é assintomática.
Entretanto, são comuns na fase aguda sintomas como mal-estar, anorexia e fadiga, algumas vezes acompanhados de febre baixa e desconforto no abdome superior. Em geral, não há icterícia (pele e olhos amarelos).
Os sintomas da hepatite B crônica variam de acordo com o grau de lesão hepática:

  • • Sinais de doença hepática crônica ou hipertensão portal (esplenomegalia, nevos araneiformes, eritema palmar)
  • • Complicações da cirrose (hipertensão portal, ascite, encefalopatia)

Alguns poucos pacientes com hepatite crônica desenvolvem manifestações de colestase (icterícia, coceira na pele, fezes pálidas e gordura nas fezes).

Existe Vacina para a Hepatite B?

A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança. Além disso, ela está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as pessoas, independentemente de idade e/ou condições de vulnerabilidade, e para as situações previstas no Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.

Como prevenir a contaminação por Hepatite B?

A prevenção contra a Hepatite B se dá através:

  • • Da vacinação;
  • • Da realização de pré-natal adequado;
  • • Do uso de imunoglobulina humana antivírus da hepatite B, em situações específicas:
      • ∘ recém-nascidos de mães portadoras do HBsAg;
      • ∘ contatos sexuais com portadores ou com infecção aguda (o mais cedo possível e até 14 dias após a relação sexual);
      • ∘ vítimas de violência sexual (o mais cedo possível e até 14 dias após o estupro);
      • ∘ acidentes ocupacionais.
  • • Da adoção de práticas sexuais mais seguras, com o uso de preservativo;
  • • Do não compartilhamento objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure;
  • • Do não compartilhamento agulhas e seringas;
  • • Da não reutilização material para confecção de tatuagem e colocação de piercings;
  • • Do uso de equipamento de proteção individual por trabalhadores de saúde;

Como se dá o diagnóstico?

O diagnóstico da infecção pelo HBV se dar através da realização de testes rápidos (TR – HBsAg) ou exames sorológicos (HBsAg).
A detecção de anticorpos e antígenos do vírus B por meio de imunoensaios pode indicar diferentes estágios da infecção pelo HBV: infecção aguda, infecção crônica, resposta vacinal, e ausência de contato prévio com o vírus.

Mães portadoras de Hepatite B podem amamentar?

Apesar do vírus da hepatite B poder ser encontrado no leite materno, o aleitamento em crianças de mães portadoras do vírus B, está indicado logo após a aplicação da primeira dose do esquema vacinal e da imunoglobulina humana contra a hepatite B.

Existe tratamento para a Hepatite B?

Sim. Nos casos de Hepatite aguda o tratamento se dá com o uso de medicações sintomáticas para febre e vômitos, repouso relativo, dieta de fácil digestão e abstinência de consumo alcoólico por pelo menos seis meses.
No caso da Hepatite crônica o tratamento medicamentoso está indicado para algumas formas da doença crônica e, devido à sua complexidade, deverá ser realizado em ambulatório especializado.

 

Referências:

  1. 1.BRASIL. Lei nº 13.802, de 10 de janeiro de 2019. Institui o Julho Amarelo, a ser realizado a cada ano, em todo o território nacional, no mês de julho, quando serão efetivadas ações relacionadas à luta contra as hepatites virais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13802.htm. Acesso em: 6 julho 2020.
  2. 2.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais/ 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
  3.  3.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
  4. 4.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. A, B, C, D, E de hepatites para comunicadores / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.