Por: Daniela Alves Freire - Telerreguladora
Você sabia?
A Lei n° 13.802, de 10 de janeiro de 2019, instituiu o Julho Amarelo, a ser realizado a cada ano, em todo território nacional, como referência às ações efetivadas relacionadas à luta contra as hepatites virais.Aproveite o período para aprender e se informar mais sobre as Hepatites Virais:
Perguntas e repostas sobre a Hepatite A:
O que é Hepatite A?
É uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HAV. Na maioria dos casos, a hepatite A é autolimitada e de caráter benigno, sendo que a insuficiência hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos (Hepatite fulminante). Pessoas que já tiveram Hepatite A apresentam imunidade para essa doença, mas permanecem suscetíveis a outros tipos de Hepatites virais.
Como ocorre a contaminação pela Hepatite A?
A principal via de contágio do HAV é a fecal-oral, por contato inter-humano ou por meio de água e alimentos contaminados. A transmissão por via parenteral é rara, mas pode ocorrer se o doador estiver na fase de viremia do período de incubação. Embora a transmissão sexual do HAV não seja comum, foram reportados surtos de hepatite A relacionados à transmissão sexual nas Américas e na Europa.
Quais os sintomas mais comuns na Hepatite A?
Os sintomas mais comuns da Hepatite A são:
- ● Indisposição e fadiga;
- ● Febre
- ● Anorexia;
- ● Náuseas e vômitos;
- ● Desconforto abdominal;
- ● Fezes pálidas e urina escura;
- ● Icterícia (olhos e pele amarelada);
- ● Diarreia em metade das crianças infectadas, entretanto, é incomum em adultos.
Existe Vacina para a Hepatite A?
A vacina contra a hepatite A faz parte do calendário de vacinação do SUS para crianças de 15 meses até 4 anos de idade. Além disso, ela está disponível nos Crie, sendo indicada para as situações previstas no Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.
Como prevenir a contaminação por Hepatite A?
A disseminação da doença está relacionada com a precariedade da infraestrutura de saneamento básico e as condições de higiene praticadas. Nas regiões com mais problemas de infraestrutura de saneamento básico e de tratamento da água, as pessoas são expostas ao HAV em idades mais precoces, apresentando formas subclínicas ou anictéricas da doença. Além da vacina, administrada na infância, previna-se com as seguintes orientações de higiene:
- ● Lave as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;
- ● Lave bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
- ● Cozinhe bem os alimentos antes de consumi-los.
- ● Lave adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
- ● Não tome banho perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto;
- ● Evite a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d’água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros.
Como se dá o diagnóstico?
A investigação diagnóstica se dá pela pesquisa no sangue de anticorpo IgM contra o HAV (anti-HAV IgM).
Existe tratamento para a Hepatite A?
Por se tratar de uma doença autolimitada de caráter benigno, o tratamento consiste em repouso imposto pela própria condição do paciente. Deve-se evitar auto-medicação devido risco de uso de drogas hepatotóxicas. A utilização de dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser de melhor digestão para o paciente anorético. De forma prática, deve ser recomendado que o próprio indivíduo doente defina sua dieta de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingesta de álcool. Esta restrição deve ser mantida por um período mínimo de seis meses e preferencialmente de um ano.
Referências:
- 1.BRASIL. Lei nº 13.802, de 10 de janeiro de 2019. Institui o Julho Amarelo, a ser realizado a cada ano, em todo o território nacional, no mês de julho, quando serão efetivadas ações relacionadas à luta contra as hepatites virais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13802.htm. Acesso em: 6 julho 2020.
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2.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais/ 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
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3.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
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4.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. A, B, C, D, E de hepatites para comunicadores / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.






