* Daniela Alves Freire – Médica Telerreguladora – Núcleo de Telessaúde Sergipe
Você sabia?
Que a Psoríase é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa e cíclica, caracterizada por lesões arredondadas, avermelhadas ou róseas, espessas e descamativas na pele, ocasionalmente pruriginosas, que aparecem geralmente nos joelhos, cotovelos, unhas, mãos, pés e couro cabeludo, podendo atingir todo o corpo.
Sua causa ainda é desconhecida, embora saiba-se que envolvem questões autoimunes e genéticas e que pode estar relacionada a diversos fatores externos como traumas (físico, químico, queimadura solar), infecções, drogas, estresse emocional, etc.
A doença acomete 3% da população mundial, afetando igualmente homens e mulheres em qualquer idade, com prevalência no Brasil de aproximadamente 1,5% da população. O tratamento ajuda a controlar a doença e a reduzir seu impacto na rotina do paciente, pois apesar de não ser uma doença contagiosa, os pacientes sofrem muito preconceito pelo aspecto das lesões aparentes na pele.
Há uma série de comorbidades associadas a psoríase, entre elas alcoolismo, depressão, obesidade, diabetes mellitus, hipertensão arterial, síndrome metabólica, colite e artrite reumatóide.
O diagnóstico da psoríase é baseado na apresentação clínica, necessitando eventualmente de biópsia de pele para confirmação em casos atípicos ou de dúvida diagnóstica.
Atualmente o tratamento da psoríase no Sistema único de Saúde (SUS) tem como objetivo ajudar os pacientes a alcançarem períodos prolongados de remissão da doença. São ofertados tratamentos com fototerapia e fototerapia com fotossensibilização, além de medicamentos como ciclosporina (cápsulas ou solução oral), metotrexato (comprimido ou injetável), acitretina (cápsulas), calcipotriol (pomada), clobetasol (creme) e dexametasona (creme). Estes medicamentos, somados aos tratamentos médicos e sessões de fototerapia, melhoram as lesões, mas não curam a doença.
Em 2019, foi publicada no Diário Oficial da União a atualização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase. Nessa versão do documento foram incluídos quatro medicamentos, recentemente incorporados ao SUS. Essas tecnologias são alternativas para os casos da doença em que o paciente não responde bem ao tratamento já ofertado pelo SUS ou possui contraindicação a ele. São eles: o adalimumabe, o secuquinumabe, o ustequinumabe, e o etanercepte.
É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença.
Lembre-se: A Psoríase é uma doença não contagiosa e tem tratamento!

Referências bibliográficas
1- Machado ER, Oliveira LB de, Chaves PLG, Gomes LORV, Lins JP. Psoríase: uma revisão sistemática da literatura. Rev Inic Cient Ext;2(Esp.1):52. Disponível em: https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/228. Acesso em 16 de out. de 2020.
2- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria conjunta n° 10 de 6 de setembro de 2019. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Psoríase. Diário oficial da União, Brasília, DF, 11 de nov. 2019. p. 216.
3- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Campanha Nacional de Conscientização sobre a Psoríase. Disponível em: https://www.sbd.org.br/psoriasetemtratamento/campanha/. Acesso em 26 de out. de 2020.
4- BRASIL. Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Entenda o que é Psoríase. Disponível em: < http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53603-entenda-o-que-e-psoriase>. Acesso em 26 de out. de 2020.
5- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Consenso Brasileiro de Psoríase e Guias de Tratamento. Disponível em: < http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/24326/4118143_345331.pdf>. Acesso em 16 de out. de 2020.