Dia Mundial e Nacional da Osteoporose

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 * Daniela Alves Freire – Médica Telerreguladora – Núcleo de Telessaúde Sergipe

          

     A osteoporose é uma doença caracterizada pela fragilidade óssea e alterações na sua microarquitetura, tem como desfecho clínico mais importante a ocorrência de fraturas por baixo impacto. Essa doença tem maior ocorrência na população feminina, em função desta apresentar um menor pico de massa óssea e também das consequências provenientes da menopausa, com a redução de estrogênio, que pode ocasionar uma redução maciça e acelerada da massa óssea.

     As complicações clínicas da osteoporose incluem não só fraturas, mas também dor crônica, depressão, deformidade, perda da independência e aumento da mortalidade. Estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida.

    As fraturas por osteoporose ocorrem mais frequentemente nas vértebras, no rádio distal e no fêmur proximal. As fraturas do quadril são as mais graves e aumentam a taxa de mortalidade em 12 a 20% nos dois anos seguintes à fratura. Mais de 50% dos que sobreviveram a uma fratura de quadril são incapazes de ter uma vida independente e muitos deles necessitam viver em ambientes institucionalizados.

     A definição clínica baseia-se tanto na evidência de fratura como na medida da densidade mineral óssea, por meio de densitometria óssea (DMO). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a osteoporose como uma condição em que a densidade mineral óssea é igual ou inferior a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem, e a osteopenia ou baixa massa óssea como uma condição em que a densidade mineral óssea encontra-se entre 1 a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem.

Fatores de risco para osteoporose:

  • ● Idade
  • ● Sexo feminino
  • ● Etnia branca ou oriental
  • ● História prévia pessoal e familiar de fratura
  • ● Uso de glicocorticoide oral (dose≥5 mg/dia de Prednisona por mais de 3 meses)
  • ● Tabagismo
  • ● Ingestão abusiva de bebidas alcoólicas
  • ● Sedentarismo
  • ● Baixa ingestão na dieta de cálcio e vitamina D
  • ● Pouca exposição ao sol
  • ● Baixa DMO do colo de fêmur

     É fundamental uma investigação minuciosa dos fatores de risco para osteoporose e para fraturas. Deve-se considerar a avaliação de mulheres na pós-menopausa que apresentem um ou mais fatores clínicos de risco citados anteriormente, após 65 anos independentemente da presença de fatores de risco, e em homens com fatores de risco para fraturas.

     Os indivíduos em risco ou que foram diagnosticados com osteoporose devem ser aconselhados a fazer uma ingestão de cálcio e de vitamina D adequada e a utilizar os medicamentos prescritos pelo médico a fim de recuperar a massa óssea perdida e diminuir o risco de fraturas. A atividade física também é importante para prevenção e tratamento da osteoporose, pois contribui para o aumento de força muscular, estabilidade, equilíbrio, mobilidade, melhora da qualidade de vida, redução da dor e prevenção de quedas.  Além disso, medidas de segurança devem ser instituídas com base na prevenção de quedas como iluminação dos ambientes, retirada e tapetes e outros objetos do chão e instalação de barras de apoio no banheiro. O tabagismo deve ser rigorosamente desencorajado, bem como a ingestão excessiva de álcool.

 

 

Referências Bibliográficas

1- RADOMINSKI, SC et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Revista Brasileira de Reumatologia. 2017;57(S 2):S452–S466

2- BRASIL. Ministério da saúde. 20/10- Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. Biblioteca Virtual em saúde. Ministério da saúde, 2019

3- 2. Consenso Brasileiro de Osteoporose – Rev Bras Reumatol – vol. 42 – nº 6 – Nov/Dez de 2002.

4- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n 224, de 26 de março de 2014. Aprova o Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da Osteoporose. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/prt0224_26_03_2014.html

5- DECHERNEY, A.H.; A NATHAN, L.; LAUFER, N.; ROMAN, A.S. Current – Ginecologia e Obstetrícia 11ed: Diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: McGraw Hill Brasil, 2016.