Herpes-Zóster

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Autoria: Janaina Eduarda Amarante Gonçalves Bispo – Analista em Gestão da Educação em Saúde da FUNESA.

O Herpes-Zóster (HZ) é uma manifestação do vírus varicela-zoster em pacientes onde o vírus se encontra latente em células nervosas. Mais conhecido como cobreiro, essa é uma patologia comum em pacientes com mais de 50 anos, mas que pode ocorrer em outras faixas etárias após exposição e suscetibilidade, em pacientes que vivem com HIV, cânceres, doenças imunológicas ou que fazem uso de imunossupressores.

A manifestação do cobreiro possui um padrão de erupção cutânea dolorosa, com evolução para vesículas agrupadas. No interior das vesículas está o vírus ativo. As vesículas se rompem e formam crostas.Decorre da reativação do vírus da varicela, que permanece em latência no sistema nervoso após a infecção primária. Causas diversas podem levar à reativação do vírus que, progride pelo nervo periférico, atinge a pele e causa a característica erupção do herpes-zóster.Há pacientes que desenvolvem herpes-zóster após contato com doentes de varicela (catapora) e, até mesmo, com outro doente de herpes-zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em paciente já previamente imunizado (que ja tinha tido contato com o vírus varicela e desenvolvido patologia). Casos de varicela podem surgir após contato com pessoa infectada pelo herpes-zóster.

O Herpes-Zóster pode afetar qualquer dermátomo do corpo (área da pele suprida por neurônios sensitivos). O vírus também pode ser transmitido por vias aéreas e isso torna a infecção propensa a ocorrer no inverno e na primavera. Porém a transmissão ocorre primordialmente através do contato direto com as lesões na pele.

Há relevância epidemiológica com relação ao HZ, considerando que é substancial o impacto na qualidade de vida das pessoas afetadas. A dor é intensa e envolve complicações associadas.

Além da erupção cutânea, pode ocorrer neuralgia pós-herpética (NPH). NPH pode ser definida como dor persistente após a cicatrização das lesões cutâneas (por mais de 90 dias). O padrão clínico do HZ é dermatológico, porém podem ocorrer infecções secundárias, como por exemplo, o envolvimento ocular e da tuba auditiva e complicações neurológicas como a encefalite (inflamação do encéfalo) e mielite (inflamação da medula espinhal). Dentre as neurológicas, as mais importantes são os ataques isquêmicos transitórios, a paralisia facial e a Síndrome de Ramsey Hunt (herpes-zóster aque acomete o ouvido).

Para tratamento do HZ devem ser prescritos agentes antivirais a partir do aparecimento dos sintomas. Também deve ser realizada a administração de fármacos para o manejo da dor. Porém a prevenção do HZ também pode ser feita através da aplicação de vacinas. Atualmente, as doses estão disponíveis na rede privada, mas em 2025 o Ministério da Saúde anunciou a possibilidade de incluir a vacina contra Herpes-Zóster no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2026, dependendo de etapas que seguem critérios que garantem segurança, logística e outros detalhes importantes, como público alvo, preço e disponibilidade.

 

FONTES:

BORGES, Lucas Gabriel dos Santos; SILVA, André Luiz Siqueira da; CARDOSO, Isabela Palhano; GUIMARÃES, Priscila Anne Monteiro; AMORIM, Julianny Galdino; SILVA, Luciano Bragatto Almeida e. Journal Of Social Issues And Health Sciences, Teresina, v. 1, n. 4, p. 1-13, 2024.


COELHO, P. A. B.; COELHO, P. B.; CARVALHO, N. C.; DUNCAN, M. S. Diagnóstico e manejo do herpes zóster pelo médico de família e comunidade. Revista Brasileira De Medicina De Família E Comunidade, v. 9, n. 32, p. 279-285, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc9(32)994.


OLIVEIRA, D. R. de; PUGLIESE, F. S.; SILVA, M. S. da; ANDRADE, L. G. de. Herpes zoster e tratamento. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, v. 7, n. 9, p. 109–122, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.51891/rease.v7i9.2173.