Leite humano: o ouro líquido

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Autoria: Enfermeira Marli Pereira de Lima Amaro – Equipe de Teleorientação em Pediatria

O leite humano é essencial para as exigências nutricionais e fisiológicas do metabolismo do neonato além de possuir efeitos emocionais. É tão benéfico que é recomendada  a exclusividade  até os seis meses, preservando o bebê da maioria dos  alimentos até os dois anos de vida (BRASIL, 2015, BUENO, 2013).

Este é o alimento ideal para o recém-nascido pela sua característica nutricional. Ele é abundante em combinações de nutrientes e anticorpos indispensáveis. Nesse sentido, pode-se afirmar que a amamentação tem qualidade imunológica sendo que reduz o risco de doenças infecciosas, além de proporcionar hidratação  (TEIXEIRA et al., 2024). A amamentação nos primeiros momentos de vida protege o neonato contra enfermidades alérgicas, cólicas, otites, diarreias, desnutrição, diabetes, obesidade e cáries. E é um elemento essencial na precaução da mortalidade infantil (GRIFFIN et al., 2022).

O oferecimento  do leite humano deve ser incentivado posteriormente à retirada da placenta, ampliando os níveis de prolactina e dessa maneira, a produção do leite pelas glândulas mamárias. Na produção do leite primeiramente temos o colostro (rico em nutrientes), após o leite de transição e por fim, o leite maduro. Para o neonato a amamentação exclusiva é a melhor forma de alimentar-se favorecendo crescimento e desenvolvimento adequado, além de vínculos maternos. Ainda, libera ocitocina que favorece a involução uterina para melhor contenção sanguínea. Previne o câncer de mama e gera fatores de proteção contra o câncer ovariano (MARTINS M.Z.O., 2013).

O álcool e o fumo devem ser evitados durante a amamentação ou oferecimento do leite humano, pois ambos mudam os aspectos do leite, como  por exemplo, na transferência da nicotina para o bebê. Deve ser um alimento rico. Assim sendo, as crianças amamentadas devem adoecer menos e ter menos chances de adoecer no futuro. Amamentar deve ser um ato econômico também. É mais barato do que alimentar com outros leites e não exige preparo. Esse leite é um alimento natural, não industrializado, produzido e fornecido sem poluição e sem prejuízos aos recursos naturais (Brasil, 2025). 

Considera-se salutar o desenvolvimento de ações públicas, a construção de práticas individuais e coletivas voltadas à importância do aleitamento materno (CARVALHO et al., 2011). Amamentar é elementar enquanto  promoção da saúde, como também  um ato de benefício global, em que inclui-se o bebê, as pessoas e o ambiente de convivência. 

                                                                    REFERÊNCIA

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Diretrizes e recomendações do guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos : documento de evidências [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. 1ª. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2025. 164 p. : il.  

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

BUENO, K.C.V.N. A importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade para a promoção da saúde da mãe e do bebê. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva . Campos Gerais, 2013. 28f. Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família).

CARVALHO J.K.M.,CARVALHO C.G., MAGALHÃES S.R. A importância da assistência de enfermagem no aleitamento materno. Revista e-Scientia, 2011; 4(2): 11-20.

GRIFFIN C.M.C.,    Amorim M.H.C., Almeida    F.A., Marcacine  K.O.,  Goldman  R.E.,  Coca  K.P.  LATCH como ferramenta sistematizada para avaliação da técnica de amamentação na    maternidade. Acta Paul Enferm. 2022; 35:eAPE 03181.

MARTINS M.Z.O., SANTANA L.S. Benefícios da amamentação para a saúde materna. Interfaces Científicas – Saúde e Ambiente, Aracaju, 2013; 1(3): 87-97.

TEIXEIRA,S.T., UCHÔA, J.M.G., AZEVEDO, M.I.L.M.D., MORAIS, S.K.M., RIBEIRO, R.R.G., ROCHA, L.M., SOARES, L.D.B., FEITOSA,J.B.N., BRANCO, J.P.C.B., SANTOS, S.B., MENDES, L.D., FIGUEIREDO, G. S., ROCHA, P.A., GONÇALVES, P.R., MENEZES, K.M.  Aleitamento Materno: Benefícios para a Saúde Infantil e Desenvolvimento. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences,  Volume 6, Issue 8 (2024), Page 1792-1801.