LINFOMA

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* Lilian Libório – Teleconsultora enfermeira – Núcleo de Telessaúde Sergipe

 

       O sistema linfático é responsável pela defesa do organismo. Ele é composto por órgãos, vasos, tecidos linfáticos e linfonodos (popularmente conhecidos como ínguas) que se distribuem em posições estratégicas do corpo para ajudar a defendê-lo de infecções. Quando uma célula normal desse sistema se transforma, cresce de maneira desordenada e dissemina-se pelo organismo, temos o surgimento de um câncer: o linfoma (1)

       Os linfomas representam um grupo importante, complexo e heterogêneo de distúrbios proliferativos malignos originados a partir das células do tecido linfoide (2).

       Os diversos tipos de linfomas têm comportamento e graus de agressividade diferentes. Eles podem ser divididos em dois grandes grupos: linfoma de Hodgkin e linfoma de não-Hodgkin. O primeiro ocorre em um tipo de célula linfoide conhecido como célula de Reed-Sternberge; o segundo é mais comum e pode surgir em outras células do sistema linfático (1).

       No Brasil o câncer já é a principal causa de morte (8% do total) por doenças entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Câncer (INCA), a expectativa é de que 12,5 mil novos casos de câncer na população pediátrica sejam diagnosticados nos próximos anos. Os linfomas são o segundo câncer mais comum em crianças brasileiras, sendo o linfoma não-Hodgkin (LNH) o tipo histológico mais frequente (3).

       Pode acontecer em qualquer faixa etária, mas tem dois picos de aumento da incidência: entre a infância e a adolescência e por volta dos 40 anos. A doença é tratada com quimioterapia e ou radioterapia (1).

       Seus sintomas são apresentados por aumento ganglionar denominado adenomegalia. No entanto, vale lembrar que outros tumores não hematológicos também podem infiltrar secundariamente os linfonodos, produzindo seu aumento. Uma adenomegalia é considerada suspeita quando descartada uma causa infecciosa (4).

Segundo Protocolo de diagnóstico precoce para oncologia pediátrica, a adenomegalia é considerada suspeita quando, descartada uma causa infecciosa, apresenta-se em conjunto com as seguintes características:

  • ➡ Febre sem causa determinada, perda de peso e sudorese noturna.
  • ➡ Alterações em duas ou mais séries do hemograma (anemia e/ou leucopenia/ leucocitose e/ou plaquetopenia).
  • ➡ Hepatoesplenomegalia.
  • ➡ Sorologias negativas (toxoplasmose, rubéola, HIV, citomegalovirose, mononucleose infecciosa, sífilis).
  • ➡ Persistência de enfartamento ganglionar, maior do que 3 cm, depois de seis semanas de evolução, mesmo após tratamento específico adequado.
  • ➡ Aumento progressivo da adenomegalia após duas semanas de observação.
  • ➡ Adenomegalia supraclavicular e da região inferior do pescoço.
  • ➡ Adenomegalia axilar e epitroclear na ausência de sinais de porta de entrada para infecção ou dermatite.
  • ➡ Adenomegalia dura, indolor e aderida aos planos profundos.

       Os pacientes com sintomas persistentes sempre merecem atenção redobrada, ou ainda aqueles que continuam mesmo com as medidas médicas iniciais. O diagnóstico precoce e a rápida promoção das ações dele decorrentes são necessários para que se obtenha maior ou total chance de cura, tratamento mais rápido e menos desconfortável, com poucas ou nenhuma sequela, e custo menores, tanto para os familiares quanto sociais e econômicas (4).

REFERÊNCIAS:

1 – BRASIL. Ministério da Saúde. Linfoma: o que é e como tratar. Publicado em 09 de agosto de 2013. Acessado em: 24 de agosto de 2020. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/32719-linfoma-o-que-e-e-como-tratar>.

2 – HORTA, R.D. et al. Prevalência de Linfoma de Hodgkin numa população brasileira. Brazilian Journal of Development. Curitiba, v. 6, n. 7, p. 46004 – 46012 jul. 2020.

3 – OLIVEIRA, M.C.L. et al. 30 Years of Experience with Non-Hodgkin Lymphoma in Children and Adolescents: a retrospective cohort study. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2020, vol.66, n.1, pp.25-30.  Epub 27-Fev-2020.

4 – BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Protocolo de diagnóstico precoce para oncologia pediátrica. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.