Crianças com Deficiência

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Pela Enf.ª Lays Ferraz (Enfermeira Teleconsultora) 

Você sabia?

O Ministério da Saúde define pessoa com deficiência como aquela que apresenta algum impedimento de longo prazo, seja de natureza física, intelectual ou sensorial. Saber disso é importante para o reconhecimento e inclusão das pessoas com diferentes tipos de deficiências na sociedade.

O entendimento dessa condição vai além do diagnóstico médico, englobando também a perspectiva social que envolve acessibilidade, direitos e igualdade de oportunidades. É fundamental que a sociedade se empenhe em criar ambientes inclusivos e acessíveis, promovendo a autonomia e a participação plena dessas pessoas em todas as esferas da vida, como educação, trabalho e lazer.

A assistência na rede pública de saúde desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e bem-estar da população, especialmente nas fases mais vulneráveis da vida, como durante a gestação e a infância. O foco em ações preventivas é essencial para identificar precocemente deficiências e agravos, possibilitando intervenções que podem minimizar ou até evitar complicações futuras.

Durante o período pré-natal, a assistência é voltada para a monitorização da saúde da gestante e do feto, incluindo a realização de exames e orientações sobre cuidados essenciais. A identificação de fatores de risco, como hipertensão gestacional ou diabetes, permite intervenções que podem melhorar os desfechos perinatais.

No período perinatal, o acompanhamento se concentra na assistência ao parto e na avaliação imediata do recém-nascido, garantindo que possíveis problemas de saúde sejam diagnosticados e tratados rapidamente. Isso inclui a realização de triagens para doenças congênitas e outras condições que podem impactar o desenvolvimento da criança.

A assistência pós-natal se estende à recuperação da mãe e ao acompanhamento do desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida. É crucial que os profissionais de saúde realizem avaliações regulares do crescimento e desenvolvimento infantil, promovendo a vacinação em dia e orientando sobre nutrição e cuidados gerais.

Logo ao nascer, o bebê passa por uma série de testes importantes que têm como objetivo garantir sua saúde e bem-estar. Entre esses testes, destacam-se:

1. Teste do Pezinho: Também conhecido como triagem neonatal, esse exame é realizado para detectar doenças metabólicas e genéticas precoces, como fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. Geralmente, é feito com uma gota de sangue coletada do calcanhar do bebê.

2. Teste da Orelhinha: Esse exame avalia a audição do recém-nascido e é fundamental para identificar possíveis problemas auditivos que podem impactar o desenvolvimento da fala e da linguagem.

3. Teste do Olhinho: Consiste em examinar os olhos do bebê para detectar anomalias, como a catarata congênita, que podem afetar a visão. A detecção precoce é crucial para o tratamento adequado.

Além disso, a assistência na infância deve focar na prevenção de deficiências por meio de programas de estimulação precoce, educação em saúde e identificação de sinais de alerta que possam indicar dificuldades no desenvolvimento. Ao implementar essas ações, a rede pública contribui para promoção da saúde integral da população.

O direito à habilitação e à reabilitação das crianças com deficiência é fundamental para assegurar que elas possam desenvolver plenamente suas potencialidades e habilidades. Essas estratégias visam não apenas a melhoria da capacidade funcional, mas também promover a autonomia e a inclusão social, permitindo que essas crianças participem ativamente da vida em comunidade.

A habilitação se refere ao processo de ajudar a criança a adquirir habilidades e competências que ainda não foram desenvolvidas, enquanto a reabilitação é o foco na recuperação de habilidades perdidas ou comprometidas. Ambos os processos devem ser realizados de forma integrada e individualizada, levando em consideração as necessidades específicas de cada criança, seu contexto familiar e social.

A inclusão de crianças com deficiência em ambientes escolares regulares e a promoção de atividades que estimulem suas interações sociais são também aspectos cruciais para o desenvolvimento de sua autonomia.

Além disso, o respeito à dignidade e aos direitos das crianças com deficiência deve ser uma prioridade, assegurando que elas tenham voz em suas próprias vidas e nas decisões que as afetam. O fortalecimento da rede de apoio familiar e comunitário é fundamental para criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento integral dessas crianças, permitindo que alcancem seu potencial máximo e se tornem cidadãos ativos e independentes.

Portanto, a habilitação e a reabilitação não são apenas serviços de saúde, mas sim um direito humano que deve ser garantido a todas as crianças com deficiência, promovendo sua qualidade de vida e inclusão plena na sociedade.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, A. F. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2019.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 de outubro 2024.