Dia Mundial do Doador de Medula Óssea

Posted on Posted in Pílulas do Conhecimento

Pela Enf.ª Lays Ferraz (Enfermeira Teleconsultora)

                                                                        Você sabia?

O transplante usando células saudáveis de um doador ou unidade de sangue do cordão umbilical pode ser a única chance de cura. Quando não há doador adequado na família, um doador não relacionado, que viva em uma parte completamente diferente do mundo, pode ser a melhor combinação para o paciente.

A data foi criada pela Associação Mundial de Doadores de Medula (World Marrow Donor Association – WMDA), uma organização global de registros de células-tronco do sangue, medula e sangue do cordão umbilical. A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa as cavidades dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue, como leucócitos (glóbulos brancos), hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas. O cadastro pode selecionar doadores para o transplante utilizado no tratamento de doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico, como neoplasias, leucemias e linfomas.

O REDOME foi criado em 1993 para buscar informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de um doador compatível com o paciente. A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e do receptor. Com base nas leis da genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%, enquanto que, entre indivíduos não aparentados, é, em média, de 1 em 100 mil. 

Desde o primeiro transplante de medula óssea realizado na década de 1950, mais de um milhão de pacientes receberam transplante de células-tronco do sangue para o tratamento de uma ampla variedade de cânceres e outras doenças sanguíneas e da medula.

A rede global de organizações da WMDA possibilita a cooperação e a troca global de informações cuja forte colaboração ajudou centenas de milhares de pacientes, mundialmente.

 É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Essas são as células substituídas no transplante. Consiste na troca de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. As células-tronco hematopoiéticas também circulam no sangue periférico (caso estimuladas com medicamento fator de crescimento), podendo ser coletadas por aférese (separação dos componentes do sangue por meio de um equipamento automatizado e que permite o retorno ao organismo do doador dos elementos sanguíneos não utilizados), e no sangue do cordão umbilical, quando são coletadas após o nascimento do bebê. Por isso, o termo “transplante de medula óssea” tem sido substituído por “transplante de células-tronco hematopoiéticas” para estes procedimentos.

Como se tornar um doador:

– Procure o hemocentro do seu estado e agende uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre doação de medula óssea.

– O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade.

– O seu sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.

– Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

– Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados sempre atualizados.

– Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde.

– Somente após todas estas etapas concluídas é que o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.

Referências Bibliográficas:

Brasil, M. S. (2019). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretriz Metodológica: Estudos de micro custeio aplicados a avaliações econômicas em saúde, Brasília: Ministério da Saúde.

Corgozinho MC, Gomes JRRA, Garrafa V. Transplantes de Medula Óssea no Brasil: Dimensão Bioética.Revista Latinoamericana de Bioética. 2012;12(22):35-45. 2. Silva AF. Importância estratégica da informação e comunicação em saúde à doação de sangue e medula óssea [trabalho de conclusão de curso]. Paraíba: Universidade Estadual da Paraíba; 2012.