Pela Enf.ª Lays Ferraz (Enfermeira Teleconsultora)
Você sabia?
As Unidades Básicas Saúde são a porta de entrada para o atendimento gestacional, bem como para a maioria dos serviços de atenção primária. O atendimento é sempre feito na UBS de referência, aquela mais próxima da casa do paciente ou quando o caso é considerado de alto risco, ocorre o encaminhamento para o serviço de referência.
O dia da gestante, celebrado em 15 de agosto, destaca a importância do pré-natal para uma gravidez tranquila. A assistência pré-natal perpassa por ações terapêuticas, pois visam manter o bem-estar durante todo o período gravídico, culminando com assistência ao parto adequado e menores índices de mortalidade materno-infantil.
Quantas consultas devem ser realizadas?
As consultas devem ser feitas no mínimo no mínimo seis consultas pré-natais ao longo da gravidez, mas o ideal é que haja consultas mensais até o sétimo mês de gestação, depois quinzenais e, chegando perto do parto, após o oitavo mês, essas consultas devem se tornar semanais. O agendamento pode se adequar às condições e complicações maternas.
Que transformações acontecem durante a gravidez?
Modificações físicas, psicológicas, metabólicas e endócrinas muito importantes, que devem ser avaliadas e acompanhadas durante toda a gravidez.
Durante a consulta pré-natal, é realizada anamnese e exame clínico geral, avaliando as modificações e adaptações do corpo da gestante, avaliação de risco gestacional e prevenção de intercorrências mórbidas para o binômio materno-fetal. São verificados os batimentos cardíacos do bebê e a pressão arterial, o incremento de peso e acompanhado as queixas comuns da gravidez, estando atento às intercorrências, ao histórico da paciente e às mudanças relatadas.
Quais exames são solicitados durante o pré-natal?
Os exames pré-natal devem ser realizados ao longo da gestação e, em cada consulta, existe uma sequência de procedimentos irão garantir que a mãe e o bebê estejam saudáveis.
Exames de sangue também são solicitados para avaliar o tipo sanguíneo, hemograma e o controle da glicemia, afastando riscos de diabetes gestacional e também para verificação de doenças infectocontagiosas, como sífilis, toxoplasmose, hepatite B e C, rubéola e HIV. Essas doenças devem ser observadas, pois podem levar a sequelas para o bebê. São realizados exames de ultrassonografia, onde o mínimo indicado são dois exames de ultrassom: um logo no início da gestação, no primeiro trimestre e o outro, entre 20 e 24 semanas. Esses exames conferem se a morfologia e o crescimento fetal estão dentro da normalidade.
É importante que a gestante tenha esquema de vacinação completo, definido pelo Ministério da Saúde. O apoio paterno e inclusão dos pais neste cuidado é fundamental. O profissional de saúde deve abordar os sinais de início do trabalho de parto e orientar o momento certo de procurar assistência médico-hospitalar. Além de orientar sobre a importância da amamentação, lembrando que o sucesso depende da motivação, estímulo e habilidades técnicas: maneira de posicionar o recém-nascido, garantir pega adequada, estabelecer o intervalo entre as mamadas, entre outros. É um momento de muitos desafios, em que a gestante precisará de apoio e informações corretas.
Referências Bibliográficas:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012
César, R.C.B; Loures, A.F.; Andrade, B.B.S. A romantização da maternidade e a culpabilização da mulher. Revista Mosaico 2019 Jul./Dez.; 10 (2): SUPLEMENTO 68-75