Por: Ana Gardênia Alves Santos e Silva - Teleconsultora Odontóloga
Você sabia?
A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal foi instituída pela Lei 13.230 de 28/12/2015 com o intuito de estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas ao câncer bucal, promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores de câncer bucal, apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle do câncer bucal; difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer bucal. (1).
O câncer de boca, também conhecido como câncer de cavidade oral, é um tumor maligno, que pode atingir a estrutura bucal (gengivas, bochechas, língua, lábio, palato – mais conhecido como céu da boca). O Brasil apresenta a maior taxa de incidência da América do Sul, de 3,6 casos por 100 mil habitantes, e a segunda maior taxa de mortalidade, de 1,5 morte por 100 mil habitantes.(2)
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que o câncer bucal é mais comum em homens com idade acima dos 40 anos. Em 2020, a estimativa do INCA é de 15.210 novos casos no país, sendo 11.200 em homens e 4.010 em mulheres. Sergipe tem uma taxa estimada de 11,55 casos para cada 100 mil homens e 5,89 casos para cada 100 mil mulheres. Pode ser detectado em fase inicial da doença, o que permite tratamento mais efetivo e cura, pacientes que têm diagnóstico precoce com tumores iniciais, a chance de cura é acima de 95%.(2)
O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de boca é o tabagismo (hábito de fumar), seguido do etilismo (consumo de bebidas alcoólicas). Juntos, etilismo e tabagismo são considerados os principais fatores de risco da doença, estando presentes em aproximadamente 90% dos casos. (3,4)
Outros fatores de risco são: exposição excessiva ao sol sem proteção (representa risco importante para o câncer de lábios), sedentarismo (excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer), infecção pelo vírus HPV (está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe), Dieta pobre em frutas e vegetais também está associada a um maior risco para a doença.(2,3)
É necessário estar atento a qualquer alteração na boca: lesões(feridas) na cavidade oral ou lábios que não cicatrizam por mais de 14 dias; manchas e placas vermelhas ou esbranquiçadas: língua, gengivas, céu da boca, bochechas; nódulos (caroços) no pescoço ou rouquidão persistente. Em casos avançados, os sinais são: dificuldade de mastigação e de engolir, dificuldade na fala, sensação de que há algo preso na garganta, dificuldade para movimentar a língua. Nesses casos, deve-se procurar logo a Unidade de Saúde para exame da boca por um cirurgião-dentista.(4)
Não fumar; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes, manter boa higiene bucal; visitar o dentista regularmente, usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral, praticar atividade física regular, são medidas de prevenção essenciais para evitar o câncer oral.
O Sistema Único de Saúde (SUS) por meio das Unidades Básicas de Saúde, através das Equipes de Saúde Bucal, estão preparadas para identificar os casos suspeitos, e o diagnóstico do câncer de boca pode ser realizado por cirurgião-dentista capacitado para realização da biópsia nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).(5,6)
Referências Bibliográficas :
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 13.230 de 28 de dezembro de 2015. Institui a Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13230.htm. Acessado em: 19/10/2022
2. BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Diagnóstico precoce do câncer de boca / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2022
3. FREITAS, R. M. de et al. Fatores de risco e principais alterações citopatológicas do câncer bucal: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 48, n. 1, p. 13-18, 2016
4. RIVERA, C. Essentials of oral cancer. International Journal of Clinical and Experimental Pathology, Madison, v. 8, n. 9, p.11884-11894, Sep. 2015
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Bucal – Cadernos de Atenção Básica, n. 17. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 92 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad17.pdf (acessado em: 09/02/2022)
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde, 2004