01/08 – Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo

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Por: Ana Gardênia Alves Santos e Silva - Teleconsultora Odontóloga 

Você sabia?
A data foi instituída no Brasil pela
Lei nº 12.627/2012, e visa aumentar a conscientização, apoiar, educar e combater o preconceito a respeito do vitiligo. (1) O vitiligo atinge de 0,5 a 2% da população mundial. No Brasil, mais de um milhão de pessoas manifestam essa condição (0,54% dos brasileiros) e no país ocorre em 1,2% das pessoas brancas e em 1,9% das pardas/negras, aparecendo entre as 25 doenças dermatológicas mais frequentes em todas as macrorregiões do país. (2)

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. Os dois sexos são acometidos igualmente, e não há diferença em relação à cor da pele e raça. Pode se desenvolver em qualquer idade, entretanto, a maioria dos pacientes iniciam os sintomas antes dos 20 anos.(3)

As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas vários fatores têm sido associados a etiopatogenia da doença. Os principais são:

  • Herança genética: aproximadamente 20% dos pacientes com vitiligo têm pelo menos um parente de primeiro grau com a doença.

  • Auto-imunidade: o vitiligo tem sido considerado doença auto-imune devido à associação positiva com algumas doenças como tireoidites, diabetes mellitus e alopecia areata.

  • Fatores ambientais: 10 a 76% dos pacientes com vitiligo atribuem a doença a algum fator precipitante.É provável que o estresse, a exposição solar intensa e a exposição a alguns pesticidas atuem como fatores precipitantes da doença em indivíduos geneticamente predispostos (3)

A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. O vitiligo é ainda uma doença estigmatizante e os pacientes podem desenvolver sintomas emocionais em decorrência da doença. As lesões provocadas pela doença, não raro, impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento. (4)

O vitiligo não é contagioso. O diagnóstico é essencialmente clínico, pois as manchas brancas têm, geralmente, localização e distribuição características. A evolução da doença é variável: pode acometer desde pequenas áreas, até grandes extensões do corpo. Quanto mais precoce instituir tratamento, mais chances têm de repigmentação, ou seja, voltar a coloração normal da pele.(4)

Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento.(5)

O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e a repigmentação da pele. O tratamento do vitiligo é individualizado e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional médico qualificado (dermatologista) pode indicar a melhor opção.(5)


Referências Bibliográficas:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 12627, de 11 de maio de 2012. Institui o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12627.htm (acessado em: 13/07/2022)

2. MENDONÇA AEA, AQUINO DD, HORBILON JAM, ROCHA SOBRINHO HMR. Aspectos sobre a etiopatogênese e terapêutica do vitiligo / Aspects of etiopathogenesis and therapy of vitiligo. Rev Med (São Paulo). 2020 maio-jun.;99(3):278-85

3. STEINER D. et al. Vitiligo. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, 79(3):335-351, maio/jun. 2004

4. SZABO I, BRANDÃO ER. “Mata de tristeza!”: representações sociais de pessoas com vitiligo atendidas na farmácia universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Interface Commun Heal Educ. 2016;20(59):953-65. doi:

10.1590/1807-57622015.0596.

5. DELLATORRE G et al. Brazilian consensus on the treatment of vitiligo. Brazilian Society of Dermatology. Na Bras Dermatol. 2020;95(S1):70—82