Dia mundial da doença de alzheimer

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* Vanessa Tavares de Gois Santos  – Teleconsultora odontóloga – Núcleo de Telessaúde Sergipe
 

 

Você sabia?

Em 2015, aproximadamente 46,8 milhões de pessoas foram diagnosticadas com demência (nome comum , e em 2050 esse número poderá atingir 131,5 milhões (1,2). A demência é uma síndrome causada por várias doenças de curso lento, progressivo, evolutivo e de natureza crônica, sendo que o subtipo doença de Alzheimer (DA) corresponde à maior parte dos casos diagnosticados (2,3).

 

     O dia 21 de setembro foi instituído pela Associação Internacional do Alzheimer (ADI), como o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. 

     A doença de Alzheimer não tem cura, mas pode ser tratada a fim de amenizar os sintomas. O Alzheimer afeta a memória, a fala e a noção de espaço e tempo do paciente, podendo provocar apatia, delírios e, em alguns casos, comportamento agressivo. Um dos primeiros sintomas é a perda de memória para fatos recentes. Depois, ocorre a desorientação quanto a lugares e datas e mudanças de humor e comportamento – irritabilidade e agressividade. Na fase avançada, a pessoa pode ter alucinações, dificuldade na fala e na alimentação. Além disso, pode não reconhecer mais os familiares e tornar-se totalmente dependente (4).

     O diagnóstico precoce e preciso da demência, bem como a discussão do prognóstico e do manejo são cruciais e podem ter efeitos significativos a longo prazo para os pacientes, seus cuidadores e famílias. O diagnóstico de demência requer a coordenação eficaz entre serviços de cuidados primários e especializados. No entanto, em todo o mundo, famílias relatam atrasos no reconhecimento e diagnóstico das demências pela dificuldade no acesso a serviços de saúde (2, 5, 6).

     Em geral, a doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas da doença não são totalmente conhecidas e alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença, como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada (4).

     O diagnóstico é clínico e feito através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e por meio de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética). Os sintomas como perda de memória e raciocínio lento, podem ser interpretados pelos parentes como consequências do envelhecimento e não uma enfermidade (4).

     Sem cura definida, os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma melhor qualidade de vida, mesmo na fase grave. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas existentes, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha uma progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independente nas atividades da vida diária por mais tempo. Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico (4).

     De acordo com o Ministério da Saúde, o estilo de vida é muito importante para prevenir o Alzheimer. Quanto mais cedo houver uma mudança de hábitos, mais fácil minimizar o problema. Algumas dicas:

– estimular o cérebro: aprender algo novo, um idioma, um instrumento, palavras cruzadas, etc. A leitura também é um ótimo hábito para o cérebro reter informações;
– exercitar-se: 30 minutos de atividade física (3 a 5 vezes por semana). Recomenda-se a prática de natação, caminhada ou até mesmo subir escadas em vez de ir de elevador;
– ter uma alimentação saudável e balanceada: vegetais, peixes e frutas têm ótimos nutrientes para o cérebro, assim como óleos vegetais ricos em Ômega 3;
– controlar o diabetes e a pressão arterial: os dois problemas são comuns nesta faixa etária e podem aumentar o risco de Alzheimer e de outros tipos de demência em até 50%;
– tomar sol ou suplementar com Vitamina D: pessoas com idade avançada que não recebem quantidades suficientes de vitamina D correm mais riscos de apresentar demência.

Segundo Mattos et al. (2020) é urgente o investimento em formação de profissionais em todas as áreas envolvidas no cuidado para promover qualidade de vida e bem-estar a pacientes com a Doença de Alzheimer e aos cuidadores; bem como a necessidade de equipes interdisciplinares para a experiência singular desse cuidado em saúde (2).

Observem os sinais, observem quem você ama!

 

REFERÊNCIAS

  1. 1. Alzheimer’s Disease International. (2016). World Alzheimer Report 2016: improving health care for people living with dementia. London: Alzheimer’s Disease International.
  2.  
  3. 2. MATTOS, Emanuela Bezerra Torres; KOVACS, Maria Julia. Doença de Alzheimer: a experiência única de cuidadores familiares. Psicol. USP,  São Paulo ,  v. 31,  e180023,    2020 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642020000100205&lng=en&nrm=iso>. access on  09  Sept.  2020.  Epub Mar 23, 2020.  https://doi.org/10.1590/0103-6564e180023.
  4.  
  5. 4. Burlá, C. (2015). A aplicação das diretivas antecipadas de vontade na pessoa com demência (Tese de doutorado). Recuperado de https://bit.ly/3bUukGr
  6.  
  7. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Notícias. Alzheimer: Eu não esqueço. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2791-alzheimer-eu-nao-esqueco-e-tema-do-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-2018
  8.  
  9. 6. Frank, C. (2017). A patient’s experience in dementia care: using the “lived experience“ to improve care. Canadian Family Physician Le Médicin de Famille Canadien, 63, 22-26. Recuperado de https://bit.ly/2HCX60m
  10. World Health Organization. (2012). Dementia: a public health priority. Geneva: WHO.