DIA NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A ESCLEROSE MÚLTIPLA

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* Vanessa Tavares de Gois Santos  – Teleconsultora odontóloga – Núcleo de Telessaúde Sergipe


Você sabia?

A esclerose múltipla é uma das causas mais comuns de incapacidade neurológica crônica em adultos jovens! (1)

 

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. A EM tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que têm possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes. Os pacientes são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos (2).

A causa da esclerose múltipla é desconhecida. Nas pesquisas, amplos esforços são dirigidos ao estudo tanto do paciente como também do ambiente onde vive. A deterioração da bainha de mielina (espécie de capa isolante que envolve os axônios no cérebro e responsável pela transmissão dos impulsos nervosos) é provavelmente mediada pelo próprio sistema imunológico em pessoas geneticamente predispostas, o que resulta em um ataque ao próprio tecido nervoso, isto é, uma resposta autoimune (3).

A esclerose múltipla (EM) pode causar diversos sinais e sintomas, constituindo muitas vezes um grande desafio o seu reconhecimento tanto para a própria pessoa que os está apresentando – por serem brandos e não valorizados, como os quadros de alterações na sensibilidade – quanto para o médico, que deve realizar uma suspeita correta e encaminhamento apropriado. Fique atento (3):

*Alterações fonoaudiológicas – ligadas à fala e deglutição;

*Fadiga – cansaço intenso e momentaneamente incapacitante para realização da atividade desejada;

*Transtornos cognitivos – muito relacionados ao comprometimento da memória;

*Transtornos emocionais – sintomas depressivos, ansiedade, transtorno de humor, irritabilidade;

*Problemas no trato urinário e intestinal – bexiga hiperativa, constipação intestinal, urgência fecal;

*Transtornos visuais – visão embaçada ou dupla;

*Problemas de equilíbrio e coordenação – perda de equilíbrio, fraqueza, vertigem, falta de coordenação; e

*Espasticidade – rigidez excessiva de um membro.

 

Deve-se então procurar um médico neurologista, que é o profissional mais adequado para investigar e tratar pacientes com a doença. Existe uma série de doenças inflamatórias e infecciosas que podem ter sintomas semelhantes ao da Esclerose Múltipla.

Embora ainda não haja cura, existem tratamentos que diminuem a ocorrência dos surtos e reduzem sua gravidade, assim como reduzem o grau de incapacidade, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Os corticosteroides são úteis para reduzir a intensidade dos surtos. Já os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos portadores. Mais recentemente, outras classes de medicamento vêm surgindo, porém ainda como 2a linha de tratamento (em caso de falha dos medicamentos de 1a linha) (3).

Até o momento, o risco de pacientes com Esclerose Múltipla manifestarem formas mais graves da COVID-19 permanece incerto. Na população geral, sabe-se que pessoas mais velhas e com múltiplas comorbidades, como hipertensão e obesidade, são consideradas grupo de risco. Pacientes que em decorrência da doença desmielinizante apresentem dificuldade de locomoção, deglutição ou alteração de musculatura respiratória provavelmente têm maior risco de manifestar formas graves e complicações da COVID-19, e por isso devem também estar mais atentos às medidas de prevenção. Prevenir é a melhor solução! (4)

A Esclerose Múltipla:

NÃO é uma doença mental.

NÃO é contagiosa.

NÃO é suscetível de prevenção.

NÃO tem cura e seu tratamento consiste em atenuar os afeitos e desacelerar a progressão da doença.

FIQUE ATENTO AO SINAIS E SINTOMAS DO SEU CORPO!

 

REFERÊNCIAS:

 

  1. MOREIRA MARCOS AURÉLIO, FELIPE EDUARDO, MENDES MARIA FERNANDA, TILBERY CHARLES PETER. Esclerose múltipla: estudo descritivo de suas formas clínicas em 302 casos. Arq. Neuro-Psiquiatr.  [Internet]. 2000  June [cited  2020  Aug  14] ;  58( 2B ): 460-466. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2000000300010&lng=en.  http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2000000300010.
  2. ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. Disponível em: http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/
  3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FIOCRUZ. Esclerose Múltipla: sintomas, origem e tratamento. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/sintomas-origem-e-tratamento
  4. ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS) & BCTRIMS Youth League. BCTRIMS COVID-19 – Pacientes – versão 3. Disponível em: http://abem.org.br/wp-content/uploads/2020/08/BCTRIMS-COVID-19-Pacientes-versa%CC%83o-3.pdf